Inadimplência é realidade de quatro em cada dez brasileiros, diz pesquisa

Índice de dívidas no mês de abril aumentou 6% na comparação anual

Cerca de quatro em cada dez brasileiros adultos estavam em situação de inadimplência no Brasil no final do mês de abril, de acordo com levantamento realizado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojista e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção de Crédito).

O valor corresponde a 61,94 de pessoas com dívidas no País, e o resultado teve alta de 6% em comparação com abril de 2021, segundo apurações do “Estadão”.

A pesquisa mostra que, dos inadimplentes, metade está com dívidas atrasadas entre 91 dias e um ano, mesmo ao considerar que há um ano atrás, o juro básico estava na mínima histórica de 2%.

A instituição de pesquisa também reforçou o alerta sobre o aumento progressivo do índice de dívidas no País.

“Estamos com patamar de inadimplentes muito próximo do de 2018, que foi um recorde histórico, e a perspectiva é de que esse número aumente”, afirmou Merula Borges, coordenadora financeira da CNDL.

Apesar da injeção de recursos extras na economia, como a antecipação do pagamento do 13.º salário para aposentados e pensionistas da Previdência e a liberação de parcelas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) aos trabalhadores, a especialista lembra que os cenários econômicos doméstico e internacional estão conturbados, e que isso pode agravar a situação do calote.

O maior resultado da pesquisa desde sua criação foi registrado em novembro de 2018, em que foram constatados 63,08 milhões de brasileiros em situação de inadimplência.
 

Alta da inflação aumenta as preocupações acerca da inadimplência no Brasil

O Banco Central já indicou que deve continuar subindo a taxa de juros básicos, que hoje está em 12,75% ao ano.

De acordo com a CNDL, a elevação dos juros é um dificultador para a saída dos devedores no Brasil, ao considerar que as dívidas aumentam progressivamente.

Além disso, o desemprego voltou a cair no Brasil, mas a renda do trabalho desabou quase 10% no intervalo de um ano, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o que contribuiu para o aumento da inadimplência.