O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) divulgou na última segunda-feira (1º) que o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) registrou uma queda de 0,7 ponto em março, atingindo 103,8 pontos, o menor nível desde julho de 2023 (103,5 pontos).
De acordo com a economista Anna Carolina Gouveia, essa redução sobre a expectativa da economia significativa foi impulsionada principalmente pela diminuição da dispersão das previsões de mercado para a taxa de câmbio nos próximos 12 meses, refletindo sinais de relativa resiliência da economia brasileira.
No entanto, ela ressalta que discussões em torno da trajetória da taxa de juros interna e do cenário econômico externo podem influenciar os resultados do IIE-Br nos próximos meses.
O componente de Mídia também apresentou uma queda de 0,2 ponto, atingindo 105,6 pontos, o menor nível desde julho do ano passado (101,9 pontos), contribuindo negativamente com 0,2 ponto para o índice agregado.
No que diz respeito ao componente de Expectativas, que avalia a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, houve uma redução de 2,4 pontos, alcançando 95,1 pontos, o menor nível desde janeiro deste ano (93,0 pontos), contribuindo negativamente com 0,5 ponto para o IIE-Br.
Economia em 2024 ‘não será desastre que esperavam’, aponta FGV
O Monitor do PIB, publicado nesta terça-feira (19) pela FGV, apontou que a economia brasileira registrou saldo positivo em janeiro. O crescimento foi de 0,1% em relação ao mesmo período em 2023. Já no trimestre móvel interanual fino, o avanço foi de 3,0%.
Para o coordenador do NCN (Núcleo de Contas Nacionais) do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), Claudio Considera, o indicador mostra que a economia foi melhor do que o esperado no início do ano.
“Todos estavam com perspectiva pior [para a economia] este ano, se falou até em crescimento [do PIB] menor que 1%”, disse ele, conforme antecipado pelo “Valor Econômico”.
Além disso, Considera acrescentou que acredita “que 2024 não vai ser um desastre [para a economia] como alguns esperavam”.
Nessa perspectiva, ele pontuou que “o Focus está projetando crescimento de quase 2%”. O Boletim Focus, do BC (Banco Central), trata das grandes projeções do mercado financeiro.