Rumos futuros do emprego

Indicador da FGV aponta queda no ritmo do emprego em 2025

Em novembro, o indicador registrou queda de 1,8 ponto, atingindo 79,9 pontos, o nível mais baixo desde junho de 2024

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo

O mercado de trabalho brasileiro vem apresentando sinais de desaceleração, e isso é refletido por indicadores econômicos que antecipam suas tendências. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), da FGV (Fundação Getulio Vargas), é uma ferramenta que permite observar os rumos futuros do emprego, com base em diferentes fatores econômicos.

“Depois de apresentar consistente retomada ao longo de 2024, o IAEmp vem dando sinais de desaceleração nos últimos meses, sugerindo que a evolução do mercado de trabalho deve apresentar ritmo mais lento no início de 2025”, afirmou em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

Em novembro, o indicador registrou queda de 1,8 ponto, atingindo 79,9 pontos, o nível mais baixo desde junho de 2024, quando marcou 79,4 pontos. A baixa reflete a perspectiva de menor dinamismo no mercado de trabalho brasileiro no início de 2025.

“A combinação de aumento de incerteza nos últimos meses, com a expectativa de atividade econômica menos intensa no próximo ano, sugere um novo momento do indicador, com mais cautela por parte de empresários nas intenções de contratar”, completou.

Os componentes do indicador mostram um agravamento em cinco dos sete elementos analisados. Destaque negativo para os indicadores de Tendência dos Negócios e Situação Atual dos Negócios na Indústria, que caíram 0,8 e 0,6 ponto, respectivamente. Outro dado preocupante é o recuo de 0,5 ponto no indicador de Emprego Previsto no setor de Serviços.

Alguns sinais positivos

Apesar da queda geral, dois componentes do indicador contribuíram positivamente: o Emprego Local Futuro do Consumidor subiu 0,5 ponto, enquanto o índice de Situação Atual dos Negócios da Indústria avançou 0,4 ponto. Esses dados mostram que, apesar do cenário geral de cautela, ainda existem áreas que vislumbram uma recuperação futura.

A desaceleração no mercado de trabalho é um sinal de alerta que pode impactar o consumo, a renda e o crescimento econômico em 2025. Este cenário exige atenção, tanto do setor público quanto do privado, para garantir medidas que impulsionem a empregabilidade.

Economia brasileira cresce 0,9% no terceiro trimestre

PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil registrou crescimento de 4% no terceiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, conforme os dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em relação ao trimestre anterior, a economia brasileira apresentou uma expansão mais moderada, com alta de 0,9%.

A soma de bens e serviços finais produzidos no país atingiu o mesmo avanço anual de 4% projetado por analistas do mercado financeiro para o período entre julho e setembro. Esse desempenho confirma a continuidade da recuperação econômica, com o PIB registrando a 15ª alta consecutiva na comparação anual.

A última retração nessa base de comparação foi observada no quarto trimestre de 2020, quando a economia global ainda enfrentava os efeitos da pandemia de COVID-19.

Desde então, o Brasil tem mostrado resiliência e consistência em seu crescimento econômico, refletindo melhorias na produção e demanda interna.