Economia

Indústria: confiança aumenta pela após quatro quedas seguidas

O ICI subiu 1,9 ponto em novembro, alcançando 92,7 pontos

O ICI (Índice de Confiança da Indústria), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), subiu 1,9 ponto em novembro, alcançando 92,7 pontos. Essa foi a primeira elevação do indicador depois de quatro meses consecutivos de queda.

“Após quatro quedas consecutivas, o índice de confiança da indústria volta a subir. O resultado reflete uma percepção de melhora da situação atual, influenciada pela melhora gradual da demanda e pelo movimento de escoamento de estoques que, apesar disso, permanecem distantes de uma situação de normalidade. Ainda é cedo para avaliar se a alta de novembro será o início de uma nova tendência ou uma acomodação após uma sequência de quedas. No plano macroeconômico, as taxas de juros e o endividamento começam a ceder, mas continuam em patamares elevados, sendo difícil atribuir a esses movimentos algum impacto na percepção de demanda pelas empresas do setor” comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.

Em setembro, houve alta da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem. O resultado reflete melhora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) avançou 2,4 pontos, para 93,3 pontos. O Índice de Expectativas (IE) subiu 1,3 ponto, para 92,1 pontos, primeira alta desde junho passado.

Entre os quesitos integrantes do ISA, o que mais influenciou na alta do mês foi o que mede o nível de estoques , com um recuo de 5,2 pontos no mês, para 107,1 pontos. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Caminhando no mesmo sentido, o indicador que mede o nível atual de demanda avançou 1,6 ponto, para 93,5 pontos. Já o indicador da situação atual dos negócios manteve-se estável em 94,0 pontos.

Em relação às expectativas, houve melhora em todos os indicadores. O que mede o ímpeto de contratações subiu 2,5 pontos, para 96,8 pontos. Em menor magnitude, os indicadores que medem as perspectivas para a produção nos três meses seguintes e a tendência dos negócios nos seis meses seguintes subiram 0,8 e 0,4 ponto, respectivamente, para 90,9 e 89,0 pontos. Apesar da melhora nos indicadores, todos os componentes do IE permanecem em patamar inferior aos 100 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) ficou relativamente estável em novembro, ao subir 0,1 ponto percentual, para 80,9%.

Com R$ 52 bi para investir na indústria verde, BNDES diz que Brasil precisa agregar valor ao seu H2V

Com uma caderneta de R$ 52 bilhões para financiar projetos de infraestrutura e energia renovável da indústria verde, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) disse que o Brasil precisa agregar valor ao seu hidrogênio verde.

O Banco defende a produção de derivados do H2V. não apenas o hidrogênio como commodities. Em seminário realizado na segunda-feira (27), na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana da Costa, explicou o posicionamento do banco.

“Queremos produto feito a partir de energia verde, não apenas o hidrogênio”, afirmou. Segundo ela, “o Brasil tem todas as condições de avançar porque temos portfólio de projetos de H2, os minerais críticos e energia renovável competitiva”.

Na ocasião, ela lembrou ainda que no Brasil a descarbonização custará menos do que no mundo, visto que o país tem uma matriz energética mais limpa que a média mundial. Atualmente, 88% da matriz energética brasileira é limpa.

“Será mais barato aqui, pois devemos descarbonizar com desmatamento zero já em 2030, fator que atinge as nossas NDCs do Acordo de Paris. Não precisa de nova tecnologia. Deveríamos ter a ambição de entregar mais que isso, o Brasil poderia ser carbono negativo”, declarou.

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