A produção industrial avançou 0,7% em fevereiro, em comparação com o mês anterior. O resultado eliminou parte das perdas de 2,2% apresentadas em janeiro, mas ainda está 2,6% inferior ao nível pré-pandemia.
Segundo as informações divulgadas nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o dado de fevereiro também está 18,9% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011.
Em 2022, a indústria acumula contração de 5,8%, e em 12 meses alta de 2,8%. Ante fevereiro do ano passado, a queda foi de 4,3%.
O aumento da indústria em fevereiro é decorrente de elevações em todas as quatro grandes categorias econômicas. Entre as atividades, as que tiveram mais influências vieram das indústrias extrativas (5,3%) e de produtos alimentícios (2,4%).
“O setor extrativo teve uma queda importante em janeiro (-5,1%), por conta do maior volume de chuvas em Minas Gerais, naquele mês, o que prejudicou a extração do minério de ferro. Com a normalização das chuvas, houve uma regularização da produção. Já o setor alimentos teve seu quarto mês positivo de crescimento, acumulando no período ganho de 14,0%.
Em fevereiro, os destaques foram a produção de açúcar e carnes e aves, dois grupamentos importantes dentro do setor de alimentos”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não-duráveis (1,5%), bens de capital (1,9%), bens intermediários (1,6%) registraram variações positivas mais acentuadas no mês.
O gerente da pesquisa ainda observou que, mesmo com o resultado positivo em fevereiro, a indústria acumula um recuo de 4,3%, frente ao resultado de um ano antes, e contração de 5,8% no acumulado de 2022. A taxa acumulada em 12 meses sinaliza a perda de intensidade, que é observada desde agosto, nessa comparação.
“Dois anos após o início da pandemia, a indústria ainda está abaixo daquele patamar. Isso pode ser explicado pelo desarranjo das cadeias produtivas, já que as indústrias ficaram com dificuldade de acesso à matéria prima e insumos. Pelo lado da demanda doméstica, há inflação alta, juros em elevação, mercado de trabalho ainda com contingente elevado de trabalhadores fora dele e a massa de rendimento que também não avança. São características que ajudam a entender esse cenário da indústria,” acrescenta Macedo.