O Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de SP, emitiu que o programa “São Paulo na Direção Certa” está prejudicando setores fundamentais da economia paulista, como a indústria de alimentos, o agronegócio e a agroindústria.
O governo paulista reduziu o crédito do decreto 51.598/2007 de 8% para 4%, limitando ainda mais os incentivos fiscais, com prorrogação apenas até 2025. Essa mudança prejudica diretamente mais de 2.000 indústrias alimentícias.
Estima-se que essas empresas poderiam investir até R$ 1,5 bilhões, mas, com a atual política, muitos se veem forçados a reduzir suas operações. O impacto é direto: aumento dos preços dos alimentos e redução na variedade e qualidade dos produtos disponíveis, afetando os consumidores.
Além disso, a cadeia do agronegócio também sofre, desde os agricultores, que enfrentam dificuldades para escoar suas safras, até a agroindústria, que perde a competitividade ao não contar com os incentivos essenciais.
“O plano, que se propõe a trazer responsabilidade fiscal e eficiência à administração pública, ainda parece ignorar a crise enfrentada por empresas que, por muitos anos, foram fundamentais para o desenvolvimento econômico do estado”, afirmou o sindicato.
Na nota, o Sidocal salientou que o governo precisa “alinhar suas ações com as necessidades reais da economia e dos trabalhadores, garantindo que os incentivos e investimentos sejam verdadeiramente direcionados para as indústrias que compõem a espinha dorsal da economia paulista”.
“Se o objetivo do programa é, de fato, melhorar a vida das pessoas, resta apenas lamentar que a decisão do governo de reduzir os incentivos fiscais não pode ser revogada”, disse o Sidocal.
Indústria de alimentos e bebidas deve investir R$ 120 bi até 2026
As empresas da indústria de alimentos e bebidas no Brasil estão anunciando planos de investimentos que somam R$ 120 bilhões entre 2023 a 206, segundo estudo da Abia, a entidade do setor. A informação está no jornal O Globo.
A reportagem cita planos bilionários das processadoras de carnes brasileiras JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) e das fabricantes globais Nestlé, Unilever, Mondelez, General Mills e Kellanova — criada ano passado, para cuidar das marcas de salgadinhos da Kellogg.
Também estão investindo para ampliar a capacidade a Coca-Cola e produtoras agrícolas nacionais e multinacionais que têm marcas de varejo, como Cargill, Bunge e Coama Alimentos.
O plano da Nestlé, de R$ 7 bilhões entre 2023 a 2026, é o maior da história da gigante suíça no país, afirmou Gustavo Bastos, vice-presidente de Jurídico & Assuntos Públicos da multinacional no Brasil.
Ele disse que o plano tem três projetos principais: a construção de uma fábrica de ração para animais domésticos, da marca Purina, em Santa Catarina, e expansões da fábrica de chocolates em Caçapava (SP) e da unidade de cafés em Araras (SP).