SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com a perspectiva da redução no mercado de máscaras no pós-pandemia, fabricantes brasileiros do modelo cirúrgico começam a defender a proteção da indústria nacional para filtrar a entrada da concorrência estrangeira.
O presidente da Abint (Associação Brasileira das Indústrias de Não-Tecidos e Tecidos Técnicos), Carlos Eduardo Benatto, diz que parte da capacidade instalada no país está ociosa enquanto o volume trazido do exterior ainda cresce.
Um dos motivos é a queda na demanda nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, que já flexibilizaram o uso da proteção. Com isso, a indústria chinesa exporta em maior escala para outros países, como Brasil, que está com as alíquotas de importação reduzidas para itens contra a Covid.
“É uma decisão para tomar. Se a gente deixar a fronteira aberta, sem imposto de importação, nós vamos matar a indústria nacional. A gente tem tentado sinalizar para o governo tudo o que foi feito”, diz Benatto.
O cenário é considerado crítico pelo setor, que também se queixa da pressão pelo aumento do principal componente de preço das máscaras, o polipropileno.
Benatto afirma que, antes da pandemia, 90% das cerca de 50 milhões de máscaras cirúrgicas consumidas no país eram importadas, mas a indústria nacional cresceu com a chegada do vírus, e hoje, o Brasil tem aproximadamente 150 fabricantes do produto, incluindo empresas de outros ramos que entraram para o mercado no pico da crise. A estrutura atual consegue fabricar 500 milhões de unidades por mês, segundo a Abint.