Economia

Indústria inicia 2024 mais otimista, aponta pesquisa da CNI

ICEI avançou 2,2 pontos, de 51,0 pontos para 53,2 pontos, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024

O empresário industrial entrou em 2024 mais otimista, de acordo com pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) avançou 2,2 pontos, de 51,0 pontos para 53,2 pontos, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. O indicador varia de 0 a 100, com uma linha divisória de 50 pontos, valores abaixo dessa linha representam falta de confiança dos empresários e acima apontam confiança. Foram entrevistadas 1.271 empresas, entre 4 e 10 de janeiro.

A economista da CNI Larissa Nocko explica que o resultado demonstra que a indústria iniciou o ano com a confiança mais intensa e disseminada, depois de subir em dezembro e janeiro. “Tipicamente, nos meses de janeiro a confiança registra um patamar mais alto que em relação ao restante do ano, mas vale destacar que o índice começou o ano 4,6 pontos acima de janeiro de 2023”.

O ICEI é composto por dois indicadores: um que mede a percepção da indústria sobre as condições atuais e outro que mede as expectativas futuras.

Sobre as Condições Atuais, o índice avançou 1,5 ponto, para 48,3 pontos. Por estar abaixo dos 50 pontos, ele mostra percepção de piora em relação aos últimos seis meses. Embora a avaliação dos empresários com relação às condições atuais de uma forma geral seja negativa, a avaliação com relação às próprias empresas deixou o campo negativo, ao passar para 50,2 pontos.

O Índice de Expectativas avançou 2,6 pontos, para 55,7 pontos, e mostra otimismo da indústria para os próximos seis meses. Em particular, as expectativas sobre a economia brasileira para os próximos seis meses deixaram o campo pessimista na passagem de dezembro de 2023 para janeiro de 2024. O índice de expectativas relativo à economia brasileira registrou avanço expressivo no mesmo período, de 46,3 pontos para 50,1 pontos.

CNI avalia como retrocesso PL sobre eólicas offshore

Os integrantes do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticaram o Projeto de Lei 11.247/2018, que trata do aproveitamento do potencial energético das eólicas offshore.

Em sua primeira sessão como presidente do Coinfra, o empresário Flávio Roscoe alertou para as distorções incorporadas ao projeto, que tornarão ainda mais alto o custo da energia elétrica no país.

Ele observou que o projeto, aprovado no fim de novembro pela Câmara dos Deputados, incluiu “jabutis” que encarecerão a conta de luz para o consumidor.

“O que temos do ponto de vista concreto é um PL que vai na direção oposta ao que o país precisa, impondo uma conta que não tem dimensão. É importante que o Senado enxergue que o projeto não pode ser aprovado com as emendas que só encarecem o custo da energia”, enfatizou Flávio Roscoe, presidente do Coinfra e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), na reunião realizada na terça-feira (19).

Convidado para falar sobre a situação atual e as perspectivas para o setor elétrico, o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), Paulo Pedrosa, criticou as emendas incorporadas ao projeto de lei. Segundo ele, o PL aprovado pela Câmara vai na contramão do que o país necessita para ser competitivo.

“O setor elétrico ao longo do tempo foi capturado por interesses alheios, que fizeram o Brasil ter uma política anti-industrial energética. Temos um conjunto de políticas públicas incluídas na conta de energia”, pontuou Pedrosa. “Diversas ideias novas conhecidas como jabutis dominam o modelo regulatório do setor elétrico”, acrescentou.

Para o economista e especialista em Infraestrutura, Cláudio Frischtak, o Congresso Nacional não é a melhor instância para definir questões técnicas e políticas públicas para o setor elétrico.

“São intromissões numa área fundamental que requer planejamento. O Brasil é um país extremamente competitivo em termos de custo de energia, mas pouco competitivo em termos de preço de energia”, afirmou.