Após um crescimento moderado no início do ano, a atividade industrial brasileira começou o segundo trimestre em retração. De acordo com dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), todos os indicadores analisados caíram em abril.
O faturamento da indústria de transformação recuou 0,6% no mês de abril. Em março, o setor havia registrado alta de 0,7%. Se compararmos com abril do ano passado, a queda foi de 5,8%.
As horas trabalhadas na produção caíram 2,2% em abril, segundo mês consecutivo de queda. De novembro de 2021 a fevereiro de 2020 o indicador havia registrado crescimentos seguidos. Contudo, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o número de horas trabalhadas foi 0,2% menor.
Já o emprego industrial caiu 0,5% em abril na comparação com março. Este foi o primeiro recuo após uma sequência de altas desde o segundo semestre de 2020. Mesmo com a queda, o nível do emprego da indústria tem crescimento de 1,6%¨em relação a abril de 2021.
A massa salarial retraiu 0,5% em abril, após cinco meses de alta. Na comparação anual, o crescimento é de 1,6%.
Indústria fica mais frágil por conta das dificuldades econômicas
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, analisa que os números modestos da indústria correm por conta do cenário nacional e internacional de dificuldades econômicas.
O setor está pressionado pelo alto custo dos insumos e a crise de abastecimento mundial em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia no Leste Europeu. Além disso, o agravamento da situação da Covid-19 na China, que teve que aplicar novas medidas restritivas para conter o número de infecções por coronavírus também prejudica.
Em nota, a CNI avalia que “a indústria brasileira precisa de uma alavanca para atrair investimentos e voltar a crescer, que deveria ser a reforma tributária, mas todos os esforços nesse sentido tem sido frustrados.”