O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,95% em novembro, a 0,30 ponto porcentual (p.p), ficando abaixo da taxa de 1,25% de outubro. Esta foi a maior variação para o mês desde 2015 (1,01%). No acumulado do ano, o indicador tem alta de 9,26% e nos 12 meses até novembro, a elevação é de 10,74%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento foi puxado pelos transportes (3,35%), que foram influenciados pelos preços dos combustíveis, especialmente a gasolina (7,38%), que teve o maior impacto no índice. A elevação também foi sentida nos preços do óleo diesel (7,48%) e do gás veicular (4,30%). Com o resultado de novembro, a gasolina acumula avanço de 50,78%.
Os automóveis novos e usados também impactaram o indicador, com alta de 2,36% e 2,38% respectivamente. Já a habitação sentiu um aumento de 1,03%, ficando levemente inferior ao mês anterior (1,04%). O componente segue sendo pressionado pela energia elétrica, que avançou 1,24%.
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“Além da bandeira tarifária da Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, em vigor desde setembro, houve reajustes nas tarifas em Goiânia, Brasília e São Paulo. Em Belém e Porto Alegre o recuo decorreu da redução da alíquota de PIS/Cofins”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Black Friday e IPCA
Por outro lado, o índice geral de novembro desacelerou, com a retração de 0,04% dos compoentes de alimentação e bebidas. Houve um recuo mais intenso no leite longa vida, a 4,83%, no arroz, 3,58%, e nas carnes, 1,38%.
O grupo de saúde e cuidados pessoais também sentiu uma retração, para 0,57%. A redução foi influenciada pela queda dos itens de higiene (3,00%), como perfumes (10,66%), produtos para a pele (3,72%) e artigos de maquiagem (3,94%).
“A Black Friday ajuda a explicar a queda tanto no lanche quanto nos itens de higiene pessoal. Nós observamos várias promoções de lanches, principalmente nas redes de fast food no período. E no caso dos itens de higiene pessoal, várias marcas nacionais deram descontos nos preços dos produtos em novembro. No Brasil, diferente de outros países, os descontos não são centrados em um único dia. Os descontos acabam sendo dados ao longo do mês”, diz Pedro Kislanov.
