A inflação em alta no Brasil fez o Dia das Mães ficar mais caro em 2022. Presentes e serviços mais procurados para comemorar a data tiveram a maior alta de preços registrada nos últimos 20 anos. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), o segmento de serviços lidera a inflação, com alta de 13,79%.
Em pesquisa com base em 31 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) os presentes e serviços mais procurados para a data comemorativa registraram, nos últimos 12 meses, um crescimento de cerca de 9%. O aumento se manteve ligeiramente abaixo da inflação acumulada no período, de 10,37%. Em 2003, o reajuste foi de 10,83%.
De acordo com os dados, a alta inflacionária do setor de serviços foi impulsionada principalmente pelas passagens aéreas, cujos preços evoluíram 72,83%. Embora abaixo da inflação geral, outros setores contribuíram para o resultado, como os restaurantes, que subiram 8,13%, seguidos dos hotéis, com alta de 5,72%. Ainda na cesta de serviços, as excursões e tours ficaram em 4,54%, enquanto salões de beleza registraram 4,19%.
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Em entrevista à “Agência Brasil”, o pesquisador e economista do Ibre-FGV, Matheus Peçanha, avaliou que a retomada pós-pandemia exerce papel importante nessa dinâmica.
“O setor turístico apresentou um incremento na demanda que estava reprimida desde a pandemia da covid-19 e os preços estão refletindo isso. No caso dos restaurantes, ainda há o agravante do custo dos alimentos, que tem sido o foco da inflação recente”, afirmou o economista.
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Além disso, o especialista destaca que as atrações culturais continuam sendo as melhores opções para um bom programa no Dia das Mães. Isso porque, segundo o especialista, as ofertas apresentam preços com uma variação menor, próximos da estabilidade. Dentre as atrações, os teatros tiveram um aumento de 1,42%, seguidos pelos cinemas, com alta de 1,33% nos preços, e shows, que subiram 0,12%.
No caso dos presentes mais comprados para o Dia das Mães, Peçanha informou que a cesta de 22 bens duráveis e semiduráveis teve crescimento médio de 4,25% com a inflação. As maiores altas foram observadas, em especial, nos eletrodomésticos e no setor têxtil. Produtos do setor de cama, mesa e banho tiveram alta de 11,04%, geladeira e freezer de 8,73%, e máquina de lavar roupas 7,5%. Em seguida, aparecem o micro-ondas, que subiu 6,75%, e roupas femininas, com aumento de 6,62%.