Inflação dos EUA deve seguir acima de 2% em 2022 e 2023, diz Mester

A presidente do Fed de Cleveland afirmou ainda que não vê justificativa para começar com um aumento de juros de 0,5%

A presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta quarta-feira (9) que a inflação dos Estados Unidos pode recuar ainda em 2022, visto que a demanda esfria e algumas das restrições de oferta são resolvidas. Entretanto, Mester disse que não se sabe ao certo quanto tempo vai levar para que essas pressões de preços se enfraqueçam, lembrando que a instituição precisará ajudar a encurtar a demanda ao retirar parte do apoio que está fornecendo à economia do país. 

“Minha expectativa é de que a inflação se modere, mas permaneça acima de 2% neste ano e no próximo”, comentou Mester em um evento virtual organizado pelo Centro Europeu de Economia e Finanças.

“Mas esta previsão está condicionada ao Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, responsável pela definição da política monetária) tomar as medidas apropriadas”, destacou. 

A presidente da autarquia também informou que é hora do Fed começar a remover as medidas expansionistas, frente a um mercado de trabalho apertado e a inflação bem acima da meta do banco central. Segundo ela, isso inclui elevar os juros a partir de março e agir rapidamente para diminuir a carteira de ativos de quase US$ 9 trilhões da autoridade monetária, que dobrou de tamanho durante a pandemia. 

Seguindo o objetivo do Fed de atingir um balanço patrimonial que incesta especialmente em Treasures, a autoridade monetária disse ainda que apoiaria eventual venda de títulos lastreados em hipotecas para corroborar no processo. 

Além disso, Mester afirmou não ser necessário que a instituição comece seu ciclo de alta nos custos dos empréstimos com elevação de 0,5%.

“Não gosto de tirar nenhuma opção da mesa”, relatou. “Mas, você sabe, eu não acho que haja qualquer argumento convincente para começar com um aumento de juros de 50 pontos-base.”

Ela finalizou ressaltando que cada reunião estará “em jogo” e que o ritmo dos aumentos de juros dependerá do que acontecer com a inflação e a economia.