Nos EUA e na Europa, os principais membros dos bancos centrais se aproximam de declarar a alta da inflação vencida, a maior de uma geração, aponta a Folha de S. Paulo. Novos dados aumentaram a confiança de quem está à frente das decisões e mudanças nas taxas de juros podem ocorrer até o verão.
Entre os dados relevantes para a inflação, o payroll, indicador da geração de emprego nos EUA, para o intervalo de dezembro e janeiro, sofreu revisão para baixo, divulgada na sexta-feira (8). Com isso, as estimativas de corte na taxa de juros do país para junho se consolidaram.
Foram geradas 275 mil novas vagas de emprego fora do setor agrícola, contudo, a taxa de desemprego também cresceu, para 3,9%. Enquanto isso, na Zona do Euro, os números mostraram um desânimo no crescimento dos salários e dos lucros.
No bloco econômico europeu, os números do último período trimestral revelaram que os custos unitários do trabalho, bem como as margens de lucro, estão em crescimento, porém a uma taxa mais lenta.
Segundo o jornal, isso alivia os receios de que as empresas estejam impulsionando a inflação, repassando custos trabalhistas mais altos com o aumento agressivo de preços.
Jerome Powell, presidente do FED (Federal Reserve), BC (banco central) norte-americano, disse, na quinta-feira (7), que o BC dos EUA se aproximava da confiança para iniciar o ciclo de redução nos custos de empréstimos.
Mudanças de postura diante da inflação
Christine Lagarde, presidente do BCE (Banco Central Europeu), afirmou que os formuladores de políticas públicas “começaram a discutir a mudança na postura restritiva”. Além disso, ela celebrou os “bons progressos” direcionados à meta de inflação da região. “Ainda não tenhamos chegado lá”, disse.
De acordo com a Folha, Ludovic Subran, economista-chefe da seguradora Allianz, comentou sobre as declarações de Powell e Lagarde no cenário da inflação. “Eu os achei muito amenos em sincronia […] A questão agora é se o Fed vai esperar para cortar as taxas até setembro”, observou.