Inflação global: como lidam os bancos mundiais?

Alta da inflação nas economias mais ricas fez com que os mercados mostrassem aos investidores que estão apostando cada vez mais no aumento das taxas de juros

A alta da inflação nas economias mais ricas fez com que os mercados mostrassem aos investidores que estão apostando cada vez mais no aumento das taxas de juros. Na quarta-feira (3), o Federal Reserve (Fed), sistema de bancos centrais dos Estados Unidos, irá anunciar sua decisão de juros.

Conforme o The Wall Street Journal, a instituição financeira norte-americana também deve iniciar nesta semana o processo de encerramento do seu programa de compra de ativos de US$ 120 bilhões por mês, implementado em 2020. 

Na quinta-feira (4), autoridades do Reino Unido irão se reunir para decidir sobre as taxas de juros. Em setembro a inflação anual do grupo de países europeus foi de 3,1%, mas pode subir para cerca de 5% nos próximos meses.

O Banco do Canadá encerrou seu programa de compra de títulos do governo na semana passada. Além disso, a instituição sinalizou que pode aumentar as taxas de juros em abril de 2022. “Desde outubro do ano passado, em linha com o progresso na recuperação econômica do Canadá, temos reduzido gradualmente o ritmo de nossas compras de QE [programa de afrouxamento quantitativo]. Com a economia mais uma vez crescendo de forma robusta, o conselho julgou que o QE não é mais necessário”, declarou a autoridade financeira canadense em nota.

Números maiores que o esperado de inflação, divulgados na semana passada, fizeram investidores venderem títulos de dívida a curto prazo na Austrália, forçando o banco central a abandonar de repente sua meta de rendimento para os bônus do governo de três anos de prazo, segundo o Valor Econômico.

Em relação ao Banco Central Europeu (BCE), a presidente da instituição, Christine Lagarde, contrariou na semana passada as expectativas do mercado de alta das taxas de juros em 2022. Entretanto, os investidores europeus ainda acreditam na possibilidade, de acordo com The Wall Street Journal.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), elevou pela sexta vez seguida a taxa básica de juros de 6,25% para 7,75% ao ano (veja mais aqui), subindo a 1,5 ponto percentual. Essa é a maior alta na taxa desde 2003, alcançando o seu maior patamar em quatro anos.

O Banco Central do Brasil prevê uma elevação da inflação para 9,17% em 2021, conforme o Boletim Focus (veja aqui), divulgado nesta segunda-feira (1º). Já sobre a taxa básica de juros, o BC estima que deve subir para 9,25%. A ata da última reunião do Copom será divulgada na próxima quarta (3), documento que deve mostrar quais serão os passos seguintes da instituição monetária em relação à Selic, se continuará ou não o ritmo de alta na última reunião do ano.