Pesquisa Exame/Idea divulgada nesta terça-feira mostra que mais da metade dos brasileiros, 57%, consideram a inflação o maior problema do país a ser resolvido em 2022. O desemprego aparece na sequência, com 19% das pessoas escolhendo essa opção, seguido pela pobreza (12%), e violência (6%).
A pesquisa ouviu 1.284 pessoas entre os dias 15 a 17 de março. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A ata do mais recente encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã hoje indicou que a projeção para o IPCA de 2022 no cenário de referência está em 7,1%.
Este cenário pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,05 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Para 2023, a projeção está em 3,4%. As projeções do BC reforçam o novo rompimento da meta de inflação este ano, considerando o teto de 5,0%. Para 2023, a estimativa está um pouco acima do centro da meta (3,25%).
A pesquisa Exame/Idea também questionou os entrevistados sobre a maior preocupação pessoal. A inflação também alcança o maior percentual, com 36%. Logo depois aparece a opção “sustentar a família”, com 14%, e a guerra na Ucrânia, com 12%.
Para 46% dos entrevistados, a inflação dos combustíveis foi a que causou a maior percepção de aumento. O grupo de alimentos corresponde a 29% das respostas, seguido do gás de cozinha, com 15%.
Diante do impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços de petróleo, com alta volatilidade recente, e de seus efeitos sobre as projeções de inflação, o BC decidiu criar um cenário alternativo para os preços de petróleo. Nesse cenário, as projeções do Copom para inflação situam-se em 6,3% para 2022 e 3,1% para 2023, abaixo das projeções no cenário de referência.
Para 60% dos brasileiros, o conflito na Europa e o presidente Jair Bolsonaro (PL) são os maiores responsáveis pelos atuais preços dos combustíveis. Entre os entrevistados, 20% consideram que a maior responsável pela alta é a Petrobras, e outros 10% entendem ser os governadores dos estados e do Distrito Federal.
Dos entrevistados com nível superior, 33% defendem responsabilizam fatores internacionais pelo aumento. Já entre as pessoas com ensino fundamental, este número é de 28%.
O levantamento ainda mostra que 83% dizem que diminuíram o uso do carro ou da moto. Entre os que ganham até um salário mínimo, 92% dizem que diminuíram o uso do carro ou da moto. Na parcela com poder aquisitivo mais alto, com renda superior a 5 salários mínimos, este número é de 74%.