Inflação de março foi uma surpresa, diz presidente do BC

Roberto Campos Neto afirma que o núcleo de inflação está muito alto

O resultado do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação no País, no mês de março foi uma “surpresa”, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento realizado pela consultoria Arko e Traders Club, nesta segunda-feira (11). 

Segundo a “Reuters”, Campos Neto destacou na apresentação que o núcleo de inflação está alto, e que é preciso avaliar a surpresa recente de alta nos preços para observar se essa tendência de alta muda. 
“A realidade é que nossa inflação está muito alta, o núcleo está muito alto. A gente tem comunicado com maior transparência possível nosso processo de enfrentamento a essa inflação mais alta e mais persistente e é um tema que a gente vai discutir muito nos próximos dias”, disse o presidente.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última semana, a inflação brasileira teve o maior aumento em um mês de março desde 1994.

No mês passado, a alta da inflação foi de 1,62%, sendo a maior taxa para o mês de março desde a criação do Plano Real, e também a maior taxa inflacionária mensal desde janeiro de 2023 (2,25% naquela ocasião). 

Campos Neto também afirmou no evento da empresa de investimentos que o movimento de alta foi puxado principalmente pelos preços dos combustíveis, além da surpresa no setor de vestuários.

O presidente do BC também reforçou que a recente queda do dólar não está totalmente refletida nos preços, e que quando isso acontecer, a inflação poderá ter uma queda. “A gente tem tido fluxo de entrada de recursos no país. Parte da melhora do câmbio a gente acha que ainda não está refletida nos índices de preços, de inflação”, disse ele.

A meta central de inflação para 2022 é de 3,5%, podendo ser oficialmente cumprida caso o índice varie entre 2% e 5%. 
Entretanto, a projeção mais recente realizada pelo Banco Central e por especialistas no assunto preveem a inflação acima dos 6% até o final do ano, por conta do impacto do aumento constante dos combustíveis no País. 

Apesar disso, Campos Neto confirmou que o Banco Central irá realizar análises dos últimos índices de inflação, possibilitando uma possível subida dos juros após o mês de maio.
 

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