A inflação da zona do euro avançou mais que o esperado em outubro, o que pode intensificar a cautela em relação aos cortes nas taxas de juros pelo BCE (Banco Central Europeu).
A inflação nos 19 países que compartilham o euro cresceu para 2,0%, ante 1,7% em setembro. Esse avanço foi impulsionado, especialmente, pelos custos mais altos de alimentos e energia, superando as expectativas de 1,9%, de acordo com a “Reuters”.
Um dado acompanhado mais de perto, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, manteve-se em 2,7%, acima das previsões de 2,6% do BCE para algum momento no primeiro semestre de 2025 — após meses de volatilidade em 2024.
Esse retorno consideravelmente rápido gerou debate nas últimas semanas, com alguns membros do BCE afirmando que há um risco crescente de que a alta dos preços realmente fique abaixo da meta e que o BCE precise começar a estimular o crescimento para evitar uma inflação muito baixa. As informações são do “InfoMoney”.
Megale projeta inflação a 5% devido a perspectivas pressionadas
Na análise de Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, a inflação no Brasil este ano deve ir além do limite de tolerância da meta estabelecida pelo BC (Banco Central) e chegar ao patamar de 5% ou mais.
Em entrevista exclusiva ao BP Money, o economista ressaltou que os fatores determinantes para a inflação precisam ser observados de perto. Um desses fatores seria a atividade econômica “muito forte”, deixando margem para que pressões de custos sejam repassadas para preço.
“Há perspectivas de aumento de impostos para as empresas, a taxa de câmbio se desvalorizou, os salários estão subindo, tudo isso é custo para as empresas. Então, eu diria que ao redor desses 4,5% [onde a inflação está atualmente] é mais provável que a gente tenha uma inflação para cima, digamos 5%, 5 e pouco, do que mais perto dos 3%, que é a meta”, afirmou.