Economia

Inflação pelo IPC-S sobe 0,40% na primeira leitura de janeiro, diz FGV

O relatório aponta que a contribuição de maior porte acontece no grupo de Alimentação

A inflação medida pelo índice de preço ao consumidor semanal (IPC-S) apresentou uma variação positiva de 0,40% na primeira quadrissemana de janeiro e acumula alta de 3,15% em 12 meses. É o que apontam os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgados nesta segunda-feira (08). 

O relatório aponta que a contribuição de maior porte acontece no grupo de Alimentação, cuja taxa de variação passou de 1,01%, na quarta quadrissemana de dezembro de 2023 para 1,34% na primeira quadrissemana de janeiro.

De acordo com a FGV, seis das oito classes de despesas do IPC-S registraram acréscimo em suas taxas de variação. Dentro os itens que não apresentaram aceleração inflacionária, destaca-se o comportamento do item hortaliças e legumes, cujo preço variou 10,44%, ante 7,07% na edição anterior do IPC-S.

Os recuos em suas taxas de variação ficaram em nos grupos Transportes (queda de 0,03% para recuo de 0,13%) e Habitação (0,24% para 0,17%). Nessas classes de despesas, os destaques foram as tarifa de táxi (9,47% para 5,63%) e aluguel residencial (alta de 0,03% para queda de 0,43%).

No que tange os aumentos, os seguintes grupos podem ser listados:os grupos: Educação, Leitura e Recreação (0,42% para 1,02%), Vestuário (0,52% para 0,66%), Comunicação (queda de 0,39% para recuo de 0,26%), Despesas Diversas (0,10% para 0,13%) e Saúde e Cuidados Pessoais (queda de 0,10% para recuo de 0,08%). Nestas classes de despesa, vale destacar o comportamento dos itens: cursos formais (0,00% para 1,66%), roupas infantis (0,11% para 0,74%), tarifa de telefone residencial (queda de 2,83% para recuo de 2,03%), alimentos para animais domésticos (queda de 0,18% para alta de 0,14%) e hospitais e laboratórios (0,08% para 0,20%).

Inflação dos alimentos volta em 2024 sob efeito do El Niño

A crise climática será um dos desafios da economia este ano. O cenário em 2024 será de inflação dos alimentos pelo impacto do El Niño, apesar do acumulado dos preços desses produtos ter caído, em 2023.

De acordo com a Folha de S. Paulo, economistas acreditam que a inflação dos alimentos não deve ser tão intensa quanto foi em 2020, 2021 e 2022. Porém os consumidores, sobretudo os de baixa renda, vão sentir seu orçamento pesar.

André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasieiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), afirmou que o fenômeno tem provocado alterações no clima, e isso é ruim para a agricultura.

“O receio é que o fenômeno possa afetar as safras, atrasando o plantio ou a colheita. O ano que vem [2024] não vai refletir o cenário de 2023, e isso vai pesar mais para as famílias de baixa renda. Os alimentos voltam para a cena”, disse.

O resultado oficial da cotação dos alimentos de domicílio será divulgado em 11 de janeiro, contudo, até novembro de 2023 o IPCA informava queda de 1,14%. Acesse aqui e leia a matéria na íntegra.