INPC alto reduz teto de gastos para R$ 10 bi

Os analistas destacam principalmente que o orçamento federal proposto para o ano que vem projeta gastos com base em INPC inferior.

O teto fiscal pode ser reduzido entre R$ 10 bilhões a R$ 6 bilhões, em consequência do aumento da inflação no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2021.

Calculado pelo governo federal em cerca de R$ 30 bilhões, o teto de gastos tem sua variação embasada no espectro de projeções recém-revisadas para cima por analistas ouvidos pelo site Valor Econômico.

A modificação vem em decorrência da correção, feita pelo INPC de 2021, das despesas previdenciárias da União em 2022. Segundo o economista, Marcos Mendes, cada 0,1 ponto percentual de aumento do INPC representa R$ 790 milhões a mais em despesas.

De acordo com os profissionais da economia, a problemática está na elevação das projeções para o INPC em 2021 nos últimos dias, que influencia no aumento dos gastos para a União em 2022.

Os analistas destacam principalmente que o orçamento federal proposto para o ano que vem projeta gastos com base em INPC bem menor, de 6,2%, quando as estimativas atuais de mercado vão além de 8% e chegam a 9%.

Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre afirma: “O risco fiscal é o maior que temos no curto prazo. A visão otimista com o fiscal teve vida curtíssima, durou dois meses. Nunca se deve comemorar inflação alta, porque ela pode surpreender no segundo momento. Com um INPC ao redor de 9%, praticamente acabou o espaço fiscal”.
 

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