
Durante a cerimônia religiosa do Te Deum, realizada neste domingo (25) na Catedral de Buenos Aires em comemoração à Revolução de Maio de 1810, o arcebispo Jorge García Cuerva fez duras críticas às políticas econômicas do presidente Javier Milei.
Na presença do mandatário e de seu gabinete, o religioso afirmou que “a fraternidade, a tolerância e o respeito estão morrendo” na Argentina.
García Cuerva destacou o sofrimento de diversos grupos sociais, incluindo pobres, jovens vítimas do narcotráfico e aposentados, afirmando que o país “está sangrando” devido à marginalização e exclusão dessas populações.
Ele enfatizou a necessidade de garantir uma vida digna para os aposentados, com acesso a medicamentos e alimentos, e questionou: “Quantas gerações mais e por quanto tempo eles terão de reivindicar aposentadorias decentes?”
Desde que assumiu a presidência no final de 2023, Milei implementou cortes significativos nos gastos públicos como parte de uma estratégia para controlar a crise econômica do país. Essas medidas afetaram salários e rendas de aposentados, que têm realizado protestos semanais, frequentemente enfrentando repressão policial.
O arcebispo também criticou a “agressão constante” nas redes sociais, pedindo moderação no discurso público. Ele afirmou que “a desqualificação, a agressão constante, o abuso e a difamação parecem ser comuns”, referindo-se ao uso frequente das redes sociais pelo governo para atacar críticos, incluindo políticos, economistas e jornalistas.
“Já passamos de todos os limites. A desqualificação, a agressão constante, o abuso e a difamação parecem ser comuns”, disse o arcebispo a Milei, que, ao entrar na catedral, ignorou os cumprimentos do chefe do governo de Buenos Aires, Jorge Macri, e da vice-presidente, Victoria Villaruel, com quem tem diferenças políticas.
A homilia de García Cuerva ocorre em um momento de crescente tensão social na Argentina, refletindo o descontentamento de setores da sociedade com as políticas do governo. Com informações da Reuters e do InfoMoney.