Luis Caputo

Argentina diz que Mercosul está mais disposto a modernizar o bloco

O Mercosul realizará sua próxima cúpula de chefes de Estado em 2 e 3 de julho, em Buenos Aires

Foto: Freepik
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O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, declarou nesta sexta-feira (23) que, entre os membros do Mercosul, há atualmente uma maior disposição para modernizar o bloco comercial fundado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

“Há uma maior receptividade, até mesmo por parte do Brasil, que costumava ser mais rígido. Todos estão entendendo que o Mercosul precisa se modernizar um pouco, ou então acabará falindo”, afirmou Caputo durante discurso na Bolsa de Valores de Córdoba, na Argentina. As informações foram divulgadas pela Exame.

“Não devemos romper com o Mercosul, mas devemos ter maior flexibilidade para que cada país possa firmar os acordos que forem mais convenientes. Não podemos condenar nossos cidadãos ao que foi assinado há muitos anos, que, em alguns casos, é bastante rígido”, acrescentou o ministro.

O Mercosul realizará sua próxima cúpula de chefes de Estado em 2 e 3 de julho, em Buenos Aires, quando a Argentina entregará a presidência semestral do bloco ao Brasil.

Os ministros das Relações Exteriores dos países fundadores, mais a Bolívia — que está em processo de adesão —, já se reuniram duas vezes neste semestre, nos dias 11 de abril e 2 de maio, na capital argentina.

Aprofundamento da integração e acordos comerciais

Com as tensões comerciais globais provocadas pelas tarifas impostas pelos EUA, os parceiros do Mercosul concordaram em aprofundar a integração, eliminando restrições ao comércio interno e avançando nas negociações de acordos com a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio) — formada por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça — e com os Emirados Árabes Unidos.

Além disso, os países também decidiram ampliar as LNEs (Listas Nacionais de Exceções), que permitem que cada membro adote exceções à TEC (Tarifa Externa Comum), cuja alíquota varia entre 0% e 35% nas importações.

Atualmente, Brasil e Argentina podem incluir até 100 códigos em suas LNEs; o Uruguai, até 225; e o Paraguai, até 649.