Durante o anúncio de um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), feito na últma sexta-feira (11), o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, revelou mudanças significativas na política cambial do país.
A partir da próxima segunda-feira (14), os controles cambiais impostos desde 2019 — conhecidos localmente como “cepo” — começarão a ser retirados de forma parcial. Segundo Caputo, essa flexibilização será, por ora, direcionada exclusivamente às pessoas físicas.
A medida faz parte do pacote econômico do governo de Javier Milei, que busca abrir a economia e restaurar a confiança dos mercados.
Nesse novo cenário, o governo estabeleceu que o dólar poderá flutuar dentro de uma faixa entre 1.000 e 1.400 pesos por unidade, permitindo que os cidadãos adquiram dólares a taxas muito próximas das praticadas no mercado paralelo — uma demanda antiga da população, diante das restrições severas que dificultavam o acesso à moeda americana.
Medida da Argentina busca estabilizar o peso e garantir apoio do FMI com metas fiscais
Esses controles, implantados nos últimos anos como tentativa de conter a forte desvalorização do peso argentino, limitaram fortemente as operações de câmbio no país. Com a mudança, espera-se maior transparência e liberdade nas transações cambiais.
Além disso, Caputo afirmou que a gestão Milei assumiu o compromisso de manter o déficit fiscal primário — que exclui os juros e o serviço da dívida — em 5% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o déficit fiscal total deverá ser limitado a 10%.
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Essas metas fazem parte dos ajustes fiscais prometidos para garantir a continuidade do apoio do FMI e estabilizar a economia argentina.“
O acordo que firmamos com o Fundo Monetário Internacional nos permitirá recapitalizar o Banco Central da República Argentina e permitirá que tornemos o peso dos argentinos uma moeda mais sã”, disse Caputo.
“E isso não permite anunciar que, a partir de segunda-feira, não teremos mais cepo”, completou.
A promessa do presidente argentino Javier Milei, era de dolarizar a economia e liberar os controles cambiais.
O peso argentino ainda segue cotações cuidadosamente calibradas pelo governo para não pressionar a inflação ao mesmo tempo que permite uma retomada do crescimento.
