O Banco Mundial anunciou nesta terça-feira (23) que irá direcionar US$ 4 bilhões (cerca de R$ 21,35 bilhões, na cotação atual) para apoiar a Argentina nos próximos meses. O banco também desmonstrou apoio às reformas macroeconômicas de Javier Milei.
O anúncio ocorre após semanas de forte instabilidade nos mercados da Argentina após a derrota do partido de Milei nas eleições legislativas da província de Buenos Aires. Após o resultado, o dólar ultrapassou o limite estabelecido pelo regime de banda cambial imóvel, movimento que só perdeu força na segunda-feira (22), após o Tesouro dos EUA demonstrar apoio ao plano de Milei para estabilizar a economia do país sulamericano, disse o Times Brasil.
Segundo a instituição financeira internacional, o novo financiamento faz parte de um pacote maior, anunciado em abril, de US$ 12 bilhões (cerca de R$ 64,04 bilhões).
Em nota, o Banco Mundial disse ter “total confiança” nas tentativas do governo de Javier Milei para tentar modernizar a economia, a trair investimentos internacionais e criar empregos na Argentina. Os recursos vão reunir dinheiro tanto público quanto privado.
“O pacote vai focar nos principais motores de competitividade do país: destravar o setor de mineração e minerais essenciais; impulsionar o turismo como fonte de empregos e desenvolvimento regional; ampliar o acesso à energia; além de fortalecer cadeias produtivas e o financiamento para pequenas e médias empresas”, destacou o comunicado.
Logo antes do anúncio, Milei e Donald Trump, presidente dos EUA, se encontraram durante a Assembleia-Geral da ONU. O presidente republicano declarou total apoio ao aliado político da Argentina e afirmou que o país não precisaria de um resgate financeiro. Além disso, Trump elogiou as reformas do governo argentino.
Argentina zera impostos de exportação sobre grãos e derivados
A Argentina zerou de forma temporária os impostos de exportação sobre soja, farelo e óleo de soja, milho e trigo, nesta segunda-feira (22). A iniciativa acontece em uma tentativa de aumentar a oferta doméstica de moeda estrangeira, enquanto o país resiste para conter o peso.
A medida vai se estender até 31 de outubro ou até que as empresas agroexportadoras façam declarações juramentadas de exportações no total de US$ 7 bilhões, segundo o decreto presidencial de Javier Milei publicado no Diário Oficial argentino.
As taxas, que entrarão em vigor a partir de terça-feira (23), até a publicação do decreto, sobre os embarques de soja e seus derivados de óleo e farelo eram de 26% e 24,5%, respectivamente, enquanto as exportações de milho eram taxadas em 9,5%.