O Brasil ocupa a quarta posição no ranking dos países mais expostos a uma eventual guerra comercial com os EUA, segundo dados de 2023 da UN Comtrade, da ONU (Organização das Nações Unidas), compilados pela Bloomberg. Em primeiro lugar, está o México, seguido por Canadá e Vietnã.
Posição | País | Dependência das exportações para os EUA | Dependência das importações dos EUA |
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1º | México | Mais de 70% | Mais de 90% |
2º | Canadá | Mais de 70% | Mais de 70% |
3º | Vietnã* | Cerca de 20% | Mais de 40% |
4º | Brasil | Cerca de 10% | Mais de 30% |
5º | Tailândia | Mais de 10% | Cerca de 30% |
À frente de grandes parceiros comerciais dos EUA, como China e Japão, e também acima da União Europeia, o Brasil só fica atrás de nações cujo comércio exterior gira em torno da economia norte-americana, como Canadá e México. As tarifas sobre esses dois países, anunciadas nesta terça-feira (4), foram postergadas para março.
Uma possível guerra tarifária colocaria o Brasil em uma situação delicada, especialmente no que diz respeito aos bens de capital, como maquinários, computadores e equipamentos tecnológicos, que são utilizados na produção de outros bens, segundo apontou o Valor.
Brasil pode ter ‘oportunidade’ após tarifas da China aos EUA
O Brasil pode ter uma nova “janela de oportunidade” no aumento de exportações de petróleo para a China, após o país asiático decidir impor tarifas de 10% sobre as importações de petróleo bruto dos EUA, disse o presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo) nesta terça-feira (04).
Com uma média de 720.000 barris por dia, o Brasil foi o sétimo maior fornecedor de petróleo para a China no ano passado, de acordo com dados da StoneX até setembro.
“Pode acontecer realmente um incremento”, disse Roberto Ardenghy, do IBP, que representa as petroleiras no Brasil, segundo a “Reuters”.
A Petrobras exportou cerca de 30% de sua produção de petróleo da Petrobras para China no quarto trimestre do ano passado, disse a empresa na segunda-feira (3), ante 44% no mesmo período de 2023.
As tarifas criam uma “assimetria de mercado” que pode levar ao aumento das vendas “oportunisticamente” para a Petrobras na China, conforme análise do diretor de Logística Comercialização e Mercados da estatal, Claudio Schlosser, de acordo com o veículo.