Após dados do payroll

Chance de Fed cortar juros em setembro vai a 100%, diz CME

Relatório de emprego dos EUA mostrou criação de vagas abaixo do esperado em agosto

Federal Reserve mantém inflação pela quinta vez (Foto: Reprodução/ Swap Câmbio)
Federal Reserve mantém inflação pela quinta vez (Foto: Reprodução/ Swap Câmbio)

O mercado financeiro passou a precificar em 100% a probabilidade de corte de juros pelo Fed (Federal Reserve), após a divulgação do Payroll (relatório de emprego) do mês de agosto mostrar criação de vagas abaixo do esperado.

Segundo a CME Group, uma ferramenta de monitoramento do mercado financeiro, a chance de manutenção da taxa de juros básicos dos EUA, que era de 0,9% minutos antes, caiu a zero.

A aposta majoritária continua sendo de redução de 25 pb (pontos-base), com 87,8% de chance estimada, mas a de corte de 50 pb avançou para 12,2%, ante 0,0% no dia anterior.

Cortes futuros

As apostas também se deslocaram para cortes mais agressivos ao longo do ano. A expectativa de redução acumulada de 75pb até dezembro, que minutos antes da divulgação do dado era de 50,6%, saltou a 67,3%, reforçando o cenário mais provável.

Já a probabilidade de ajuste de 50pb recuou de 43,1% para 22,8%, enquanto a de corte acumulado de apenas 25pb caiu de 6,2% para 1,0%.

Além disso, surgiu a hipótese no mercado de um corte acumulado de 100pb até dezembro, inexistente antes da divulgação dos dados do payroll. A chance estimada para esse corte é de 8,8%.

Payroll: EUA criam 22 mil vagas em agosto; abaixo do esperado

O mercado de trabalho dos EUA criou 22 mil vagas na folha de pagamento (payroll) em junho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (5) pelo BLS (Bureau de Estatísticas do Trabalho dos EUA) de pessoas desocupadas no país.

O dado ficou abaixo do esperado. Pesquisa da Reuters com economistas projetava a criação de 75 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado.

taxa de desemprego ficou estável em 4,3%, alinhada às expectativas, mantendo o maior nível registrado desde 2021.

Setores em destaque

  • Saúde: Adição de 31 mil empregos, incluindo serviços ambulatoriais (+13 mil)cuidados residenciais (+9 mil) e hospitais (+9 mil).
  • Assistência social: Crescimento de 16 mil vagas, impulsionado por serviços individuais e familiares.
  • Governo federal: Perda de 15 mil empregos, acumulando queda de 97 mil desde janeiro.
  • Mineração e petróleo/gás: Redução de 6 mil postos de trabalho.
  • Comércio atacadista: Diminuição de 12 mil empregos.
  • Manufatura: Queda de 12 mil vagas, com destaque para equipamentos de transporte (-15 mil), parcialmente devido a greves.

Longa duração do desemprego e desalentados

O número de desempregados de longa duração (mais de 27 semanas) permaneceu próximo de 1,9 milhão, representando 25,7% de todos os desempregados.

Pessoas desalentadas, que desejam trabalhar mas desistiram de procurar emprego, mantiveram-se em 514 mil, sem grandes alterações em relação ao mês anterior.

O número de novos entrantes no mercado de trabalho caiu 199 mil, totalizando 786 mil.

Salários e jornada de trabalho

O salário médio por hora subiu US$ 0,10, para US$ 36,53, representando alta de 3,7% nos últimos 12 meses.

A jornada média semanal para empregados não agropecuários permaneceu em 34,2 horas, com a indústria manufatureira registrando 40 horas e 2,9 horas de horas extras.