
O Santander (SANB11) apontou, em relatório recente, que a disputa tarifária entre os EUA e a China pode gerar um prejuízo de US$ 6,5 bilhões para agricultores norte-americanos nos setores de milho, soja e trigo.
Em linha com essa avaliação, ao menos 40 cargas de soja brasileira teriam sido adquiridas por importadores chineses, segundo informações da Bloomberg. O volume corresponde a cerca de 2,4 milhões de toneladas — quantidade que não estava prevista antes da intensificação da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
As remessas compradas são, em sua maioria, para entrega entre maio, junho e julho.
A antecipação dos pedidos por parte dos processadores chineses também teria como objetivo aproveitar uma recente queda nos preços da soja brasileira, que haviam subido nos últimos meses em meio à expectativa global em torno do tarifaço imposto por Donald Trump.
O Brasil já é o maior fornecedor de soja para a China, embora a commodity ainda seja o principal produto de exportação agrícola dos EUA para o país asiático, respondendo por 23% das exportações norte-americanas do grão.
A China passou a depender mais dos suprimentos brasileiros de soja a partir de fevereiro, quando as exportações dos países sul-americanos dominam o mercado. No entanto, o volume e a velocidade das compras feitas nesta semana são considerados atípicos, segundo apontou o Seu Dinheiro.
Dólar supera R$ 5,90 em meio à cautela com tensões EUA-China
O dólar à vista operava em alta ante o real nesta quinta-feira (10), enquanto os investidores ainda repercutiam a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de pausar algumas tarifas de importação — anúncio feito na véspera e seguido por uma nova escalada nas tensões comerciais com a China.
Os mercados também digeriam os dados do índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI), que recuou 0,1% em março, após a alta de 0,2% registrada em fevereiro. Com isso, a inflação anualizada ficou em 2,4%.
A projeção da pesquisa da Reuters era de que o índice tivesse avançado 0,1% no mês passado, refletindo os custos mais baixos de energia e o esgotamento dos efeitos dos aumentos de preços ocorridos no início do ano.