As taxas de juros de referência da China permaneceram inalteradas este mês, segundo dados do banco central divulgados nesta segunda-feira (20), após Pequim anunciar medidas audaciosas para abordar a crise no setor imobiliário.
A taxa prime de empréstimos (LPR) de um ano continuou em 3,45%, enquanto a taxa de cinco anos ficou estável em 3,95%, conforme os dados oficiais.
Os economistas já previam a manutenção das taxas de referência, especialmente após o Banco Popular da China (PBoC) ter mantido constantes as taxas diretoras, incluindo a taxa de juro do mecanismo de empréstimo de médio prazo, que serve como base para os LPRs, no início deste mês.
O banco central deve continuar a flexibilizar sua política monetária, necessitando de mais liquidez para que os bancos adquiram títulos do governo, incluindo os novos títulos do Tesouro de longo prazo que começaram a ser emitidos na sexta-feira passada.
Na última sexta-feira (17), Pequim anunciou novas medidas para combater a prolongada crise no setor imobiliário, como a recompra de casas não vendidas pelos governos locais, a redução dos pagamentos iniciais para potenciais compradores de imóveis e a eliminação do limite mínimo das taxas hipotecárias oferecidas pelos bancos.
Na última semana, uma pesquisa conduzida pela Reuters com 33 profissionais do mercado revelou que 27 deles, representando 82% dos entrevistados, previam que ambas as taxas permaneceriam estáveis.
Além disso, a maioria dos empréstimos novos e pendentes na China está vinculada à LPR de um ano, ao passo que a taxa de cinco anos tem impacto no custo das hipotecas.
China enfrenta crise no setor imbomiliário
O governo de Xi Jinping implementou recentemente um conjunto de medidas abrangente para revitalizar o setor imobiliário da China. As medidas incluem melhores condições de financiamento para os mutuários e um programa estatal de compra de unidades não vendidas pelas incorporadoras.
O pacote também prevê a redução dos requisitos mínimos de entrada para compradores e uma injeção de 300 bilhões de yuans (US$ 42 bilhões) pelo banco central para ajudar empresas estatais a absorver o excesso de oferta das incorporadoras e converter unidades em moradias populares.
Embora as ações das incorporadoras tenham subido cerca de 10%, ainda não está claro se o plano será suficiente para resolver a crise imobiliária do país.