BC chinês

China surpreende com corte de juros após reunião de Xi frustrar

O Banco Popular da China cortou, nesta segunda-feira, a taxa de recompra reversa de sete dias, uma importante taxa de juros de curto prazo

Bandeira da China
Foto: China / Divulgação

O governo chinês elevou seu apoio à economia do país com um corte surpreendente das taxas de juros, como um esforço para dar suporte ao crescimento após a ausência de estímulo de curto prazo que resultou de uma importante reunião do Partido Comunista, que gerou frustração para investidores.

O PBoC (Banco Popular da China) cortou, nesta segunda-feira (22), a taxa de recompra reversa de sete dias, uma importante taxa de juros de curto prazo, na primeira redução em quase um ano. Os bancos chineses seguiram a medida cerca de uma hora depois, reduzindo suas principais taxas de juros de referência, tornando o financiamento de hipotecas e outros empréstimos menos custosos.

Mesmo que modestas, as medidas sublinharam a urgência das autoridades em reforçar uma economia que cresce no ritmo mais lento em mais de um ano.

As medidas ocorrem apenas um dia após o partido publicar o documento abrangente apoiando o plano do presidente Xi Jinping de colocar a tecnologia no centro do futuro econômico da China, tolerando ao mesmo tempo um avanço mais lento no curto prazo.

“É um bom sinal de que o governo esteja tentando apoiar a economia, embora o impacto fundamental seja provavelmente limitado”, disse, de acordo com o “Valor”, Vey-Sern Ling, diretor executivo da Union Bancaire Privée.

China mais fraca deve prejudicar ganhos da Vale (VALE3) e pares

A frustração com o desempenho da economia da China não ficará restrita ao país asiático e os efeitos já podem ser sentidos na Bolsa brasileira. Isto porque, o cenário chinês lança pressão também sobre as receitas e rendimentos das mineradoras, especialmente da Vale (VALE3).

A China teve o pior ritmo de crescimento econômico dentro do período de 5 trimestres. O PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 4,7% no 2º trimestre de 2024. Esse resultado ficou aquém dos 5,1% projetados por economistas.

Os dados do Gabinete Nacional de Estatísticas mostraram um varejo mais fraco, uma crise prolongada no setor imobiliário e insegurança no mercado de trabalho.