El Cepo

Compra de dólar na Argentina atinge maior nível desde 2019

Em abril foram comprados US$ 1,9 bilhão de dólares após Millei acabar com restrições cambiais

O presidente da Argentina, Javier Milei, participa da plenária sobre reforma das instituições no G20.  (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
O presidente da Argentina, Javier Milei, participa da plenária sobre reforma das instituições no G20. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Argentina atingiu o maior nível de compras de dólar da história desde o ano de 2019 no último Abril. US$ 1,9 bilhão de dólares foram comprados por um milhão de argentinos. O aumento é contrastante ao lado dos dados do mês de Março, quando 34.000 compraram US$ 6 milhões, disse a agência Bloomberg Línea.

O marco se deu devido ao fim a restrições cambiais anunciado no dia 11 de Abril pelo presidente libertário Javier Milei, após a aquisição de um pacote de financiamento do FMI (Fundo Monetário Internacional), de US$ 20 bilhões de dólares.

Entre as restrições eliminadas estava o limite de US$ 200 para compras por pessoa física, imposto por Mauricio Macri, ex-presidente argentino, durante sua campanha eleitoral sem sucesso contra a rival peronista.

Em entrevista à Bloomberg, o cofundador da consultoria Alberdi Partners, sediada em Buenos Aires, Marcos Buscaglia, afirma que o número de US$ 2 bilhões não é surpreendente para o primeiro mês sem “el cepo” (como são chamados os controles localmente).

Já a corretora local Portfolio Personal Inversiones (PPI) afirma que, historicamente, a compra de dólares aumenta antes das eleições, “Devemos esperar uma maior demanda por dólares na véspera das eleições de meio de mandato em 26 de outubro. Aguardamos os dados de maio para tirar conclusões sobre uma possível estabilização na demanda por dólares.” escreveram os analistas da PPI liderados por Pedro Siaba Serrate, em relatório enviado a investidores nesta segunda-feira à Bloomberg.

Milei é criticado por acerbispo

Durante a cerimônia religiosa do Te Deum, realizada neste domingo (25) na Catedral de Buenos Aires em comemoração à Revolução de Maio de 1810, o arcebispo Jorge García Cuerva fez duras críticas às políticas econômicas do presidente Javier Milei.

Na presença do mandatário e de seu gabinete, o religioso afirmou que “a fraternidade, a tolerância e o respeito estão morrendo” na Argentina.

García Cuerva destacou o sofrimento de diversos grupos sociais, incluindo pobres, jovens vítimas do narcotráfico e aposentados, afirmando que o país “está sangrando” devido à marginalização e exclusão dessas populações.