“Tudo me remete a termos um dólar fraco”, disse Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, nesta sexta-feira (11), durante o Advance 2025: Investindo para o Amanhã, realizado em São Paulo.
Para Benchimol, a divisa norte-americana perde força justamente em um momento em que as moedas emergentes começam a se valorizar globalmente.
A combinação entre tarifas elevadas no Brasil — com o país “fazendo o dever de casa” — e o dólar fraco pode abrir uma janela de oportunidade. Benchimol explicou que, nos últimos anos, o Brasil não avançou tanto quanto poderia, o que torna o cenário atual uma possível porta de entrada para um novo ciclo de crescimento.
Além disso, ele comentou o cenário nos EUA, que, segundo suas palavras, “era uma caldeira a pleno vapor, e se continuasse no ritmo em que estava, ela explodiria”.
“Havia uma economia crescendo por muitos anos, sem ‘folga’ em nenhum indicador. A bolsa extremamente cara e assim por diante”, afirmou, acrescentando que “tinha que dar uma freada”.
‘Eu não entendi o plano ainda’, diz Benchimol sobre Trump e efeitos no dólar
O executivo ponderou que o “freio” não precisava ser da forma como está acontecendo. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma série de medidas inflacionárias e, mais recentemente, as chamadas “tarifas recíprocas”. Os movimentos em torno da última medida seguem abalando os mercados e impactando setores e empresas, especialmente os ligados ao comércio internacional ou à economia chinesa — principal alvo das tarifas.
O cenário conturbado, em que Trump parece conduzir as quedas dos mercados, gera curiosidade e preocupação. “Eu não entendi o plano ainda, mas espero que ele tenha um”, declarou Benchimol.
“Tudo me remete, novamente, a acreditar que vamos ter um dólar mais fraco no mundo”, disse. Ela também afirmou que, aparentemente, Trump quer que ocorra esse “freio” na economia dos EUA.