Em uma declaração contundente e carregada de tensão diplomática, os Estados Unidos enviaram um recado direto à América Latina e ao Caribe: é hora de decidir de que lado estão na crescente tensão envolvendo o Irã.
O alerta foi feito por uma funcionária do Departamento de Estado norte-americano e rapidamente repercutiu em todo o continente.
“Cada país tem que tomar uma decisão”, afirmou a porta-voz do governo dos EUA, segundo a agência AFP.
A fala marca um novo capítulo na tentativa americana de alinhar países latinos a sua política externa no Oriente Médio, uma estratégia que, embora não inédita, ganha contornos mais urgentes diante dos últimos desdobramentos no conflito.
Pressão dos EUA pode gerar divisões entre países latino-americanos
A exigência americana coloca a América Latina em uma posição delicada: apoiar Washington em sua política contra o Irã ou adotar uma postura mais neutra.
Países como Brasil, Argentina, Colômbia e México já enfrentaram situações semelhantes no passado. Mas agora, a pressão é pública e mais direta.
Especialistas apontam que esse tipo de abordagem pode gerar rupturas diplomáticas. Além disso, a postura aumentar tensões internas, especialmente em países onde há forte presença de comunidades árabes e muçulmanas.
Interesses estratégicos em jogo: energia, comércio e influência
Por trás do apelo dos Estados Unidos está uma teia complexa de interesses geopolíticos.
O Irã vem tentando estreitar laços com países latino-americanos por meio de acordos comerciais, parcerias energéticas e apoio diplomático. Para Washington, conter essa influência é uma prioridade.
A América Latina, por sua vez, precisa ponderar cuidadosamente: alinhar-se aos EUA pode significar acesso a vantagens comerciais e investimentos, mas pode também fechar portas com blocos alternativos e afetar sua imagem de neutralidade internacional.
Cenário incerto: quem vai se posicionar, e como?
Até o momento, nenhuma grande nação latino-americana emitiu uma resposta oficial à fala da funcionária americana.
Dessa forma, nos bastidores, diplomatas consultados por analistas internacionais afirmam que muitos governos estão em “modo de cautela”. Eles aguardam novos sinais antes de tomar uma posição pública.
Essa indefinição, no entanto, pode aumentar a pressão interna em países democráticos, à medida que a opinião pública e setores da sociedade civil passam a cobrar transparência e coerência nas relações internacionais.