A presidente do Fed (Federal Reserve) de Boston, Susan Collins, alertou nesta quinta-feira (10) sobre o impacto das tarifas no aumento da inflação e na desaceleração do crescimento, ainda que tenha sinalizado que o limite para novos cortes nas taxas de juros no curto prazo é alto e exigiria um sinal convincente de que a economia necessita de estímulo.
Collins reconheceu que as tarifas recentemente anunciadas “provavelmente aumentarão a inflação este ano, enquanto desaceleram o crescimento”, durante discurso na Universidade de Georgetown.
A autoridade também indicou que não há mudanças em sua perspectiva para as taxas de juros, afirmando que “manter a postura atual da política monetária parece apropriado por enquanto”. As informações são do Investing.
A presidente do Fed de Boston destacou que os objetivos e riscos concorrentes dependerão da distância real e esperada da economia em relação aos mandatos de pleno emprego e estabilidade de preços do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto).
Collins expressou confiança na política monetária como instrumento para conter os efeitos inflacionários das tarifas, afirmando que “a política deve ajudar a proteger contra o risco de que aumentos no nível de preços relacionados às tarifas desestabilizem as expectativas de inflação“.
Ata do Fed: riscos apontam para inflação mais alta
A ata do Fed (Federal Reserve) divulgada nesta quarta-feira (9), mostrou que as autoridades do banco central dos EUA foram quase unânimes em sua reunião do mês passado na análise de que a economia do país corre riscos de inflação mais alta e crescimento mais lento simultaneamente.
Algumas das autoridades observaram que “compensações difíceis” poderiam estar à frente do banco central. A última reunião do Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) aconteceu nos dias 18 e 19 de março, com o cenário de alerta com a política tarifária de Trump, que aumentaram a incerteza sobre as perspectivas econômicas.
Com essa expectativa, os participantes defenderam uma “abordagem cautelosa”, considerando a opção de manter as taxas de juros por mais tempo, em caso de persistência da inflação ou cortar as taxas caso uma economia em enfraquecimento exigisse atenção mais imediata.