Banda ficou em 4% e 4,25%

Fed decide cortar juros em 0,25 p.p pela primeira vez no ano

O Banco Central americano, a autoridade monetária da maior economia do mundo optou por um corte juros após seis encontros da cúpula do Fed

Fed
Foto: Fed (Federal Reserve) / CanvaPro

O Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) iniciou ciclo de corte de juros pela primeira vez no ano, após seis encontros da cúpula monetária. A autoridade reduziu a banda para 4% e 4,25% ano, conforme decisão do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), publicada nesta quarta-feira (18).

A taxa de juros anterior ficava entre 4,25% e 4,50%. A decisão de corte de 0,25 ponto percentual, porém, não foi unânime entre os membros do colegiado.

A definição já era amplamente esperada pelo mercado. Thiago Calestine, economista e sócio da Dom Investimentos, afirmou que essa decisão do Fed “era completamente esperada”. Para ele, o Fed está tomando essa decisão porque ele está olhando tanto para dados de inflação quanto dados de desemprego.

O corte já havia sido sinalizado por Jerome Powell, presidente do Fed, durante o simpósio de economia, Jackson Hole, no fim do mês passado. No evento, Powell expressou sua preocupação com o desaquecimento do mercado de trabalho nos EUA.

CPI (Índices de Preços ao Consumidor)

O enfraquecimento do mercado de trabalho americano, com apenas 22 mil vagas criadas em agosto, combinado com uma inflação de 0,4% no mês, abriu caminho para que o Fed (Federal Reserve) iniciasse o ciclo de cortes de juros nesta reunião.

CPI (Índice de Preços ao Consumidor) em agosto confirmou que a pressão inflacionária segue controlada, ainda que tenha acelerado em relação ao mês anterior.

O payroll fraco e a inflação moderada criaram um dilema para o Fed: cortar juros para sustentar a atividade ou manter cautela diante das pressões de custos.

“O CPI de agosto mostra que a desinflação ainda é instável. O enfraquecimento do emprego abre espaço para flexibilização monetária, criando mais liquidez global”, destaca Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação.

PPI (Índice de preços ao produtor)

PPI (índice de preços ao produtor) dos EUA registrou uma queda de 0,1% no mês de agosto na comparação com julho, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho do país na última quarta-feira (10). Em relação ao mesmo mês do ano passado, o PPI avançou 2,6%.

Analistas consultados pela FactSet projetavam, em média, alta mensal de 0,4% e aumento anual de 3,3%, o que torna o resultado bem abaixo das expectativas do mercado.

O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, caiu 0,1% na comparação mensal.

No acumulado em 12 meses, o núcleo avançou 2,8%, enquanto a previsão dos analistas era de alta de 0,3% no mês e de 3,5% no ano.

O resultado indica uma desaceleração da inflação ao produtor nos EUA e foi um agravante para as decisões da política monetária pelo Fed (Federal Reserve).

Pressão de Trump e nomeação de assessor

A autoridade, que está sob forte pressão do presidente americano Donald Trump, ratificou o interesse do republicano. Na tarde da última terça-feira (16), o assessor de Trump, Stephen Miran, foi aprovado no Senado e foi nomeado um dos governadores do Fed. O aliado de Trump participou e votou na reunião de cúpula da autoridade monetária.

O contrato de Miran termina em janeiro de 2026, pois ele entrou para substituir Adriana Kugler, que renunciou sob circunstâncias misteriosas no mês de agosto.