Federal Reserve

Fed deve manter taxa inalterada, mesmo sob pressão de Trump

Para o mercado brasileiro, um Fed menos agressivo é visto como positivo. Isso pode reduzir a pressão sobre o dólar

Federal Reserve mantém inflação pela quinta vez (Foto: Reprodução/ Swap Câmbio)
Federal Reserve mantém inflação pela quinta vez (Foto: Reprodução/ Swap Câmbio)

A chamada “Superquarta” acontece neste dia 30, com o Fed (Federal Reserve) e o Banco Central divulgando suas decisões sobre as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil. Analistas ouvidos pelo BP Money apontam que o presidente do Fed, Jerome Powell, deve manter os juros norte-americanos no mesmo patamar, a 4,25% e 4,50% ao ano.

A decisão ocorre em meio à pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por uma redução da taxa. “Ele [Powell] vai reafirmar que continuará tomando as decisões de política monetária com base em fatores econômicos e novos dados, sem sofrer interferência do atual presidente”, comentou Bruno Cotrim, economista da casa de análise Top Gain.

Dessa forma, a autoridade monetária deve manter o discurso de que só agirá com base nos dados da economia americana. Assim, o painel da Bolsa de Chicago já precifica o primeiro corte de juros para setembro.

De acordo com analistas, o Fed continuará observando indicadores como geração de emprego, renda e ancoragem das expectativas de inflação. Vale lembra que que também serão observados demais dados que possam justificar uma eventual flexibilização monetária nos próximos meses.

Decisão do Fed afeta o Brasil?

Para o mercado brasileiro, um Fed menos agressivo é visto como positivo. Isso pode reduzir a pressão sobre o dólar, estimular a entrada de capital estrangeiro e melhorar o apetite por risco em países emergentes. “Isso tende a beneficiar tanto a Bolsa quanto a renda fixa local”, comentou Mariana Pulegio, CFP®, assessora de investimentos, planejadora financeira e sócia da WIT.

Caso os juros sejam mantidos nos EUA, empresas brasileiras ligadas ao consumo interno, como varejo e construção, podem ganhar fôlego. Além disso, o setor financeiro também tende a se beneficiar de um cenário de estabilidade tanto nos EUA quanto no Brasil.

“É importante destacar que, no caso brasileiro, há preocupação com o possível impacto inflacionário das tarifas e uma eventual fuga de capital — algo que, até o momento, não está se concretizando”, acrescentou Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos.