
A presidente e CEO do Fed (Federal Reserve) de Cleveland, Beth Hammack, afirmou à Reuters que prefere ter evidências claras e convincentes antes de tomar decisões sobre as taxas de juros nos EUA.
Hammack indicou que pode não haver dados suficientes disponíveis até a próxima reunião do Federal Reserve, marcada para junho.
Ela destacou a preferência por uma postura preventiva e orientada à ação sempre que possível. No entanto, reconheceu que isso se torna desafiador diante das incertezas envolvendo tarifas e outras políticas.
A executiva enfatizou a importância de avançar com cautela, priorizando o rumo correto, mesmo que de forma gradual, para evitar decisões precipitadas que possam resultar em erros.
Hammack também comentou que algumas empresas estão considerando planos de demissão caso a demanda enfraqueça, embora ainda não tenham tomado medidas efetivas. Além disso, mencionou que há companhias avaliando reajustes de preços, mas receosas quanto ao impacto dessas medidas sobre o consumo.
Apesar de reconhecer a resiliência da economia norte-americana, Hammack afirmou ser cedo para prever sua direção futura. Segundo o Investing, ela reforçou a necessidade de avaliar o efeito líquido de todas as políticas da Administração Trump.
Fed decide por manter juros entre 4,25% e 4,5%
O Fed (Federal Reserve) optou pela manutenção dos juros na economia dos EUA entre 4,25% e 4,5% segundo dados da própria instituição divulgados em comunicado nesta quarta-feira (07).
De acordo com o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) a decisão se deu diante das incertezas causadas pela guerra tarifária do presidente Donald Trump. Essa marca a terceira manutenção seguidos dos juros nesse patamar.
Fatores que também contribuíram para a permanência da taxa são os recentes dados do mercado de trabalho norte-americano que revelam robustez em seus dados. O setor de serviços cresceu em abril para 51,6 pontos segundo dados do PMI e os EUA criaram 177 mil vagas de trabalho somente no último mês, segundo o relatório payroll.
Os dados reforçam a decisão do Fed de adotar uma abordagem de “esperar para ver”, monitorando os efeitos das políticas comerciais e econômicas antes de ajustar as taxas. Economistas estão comparando a decisão do Fed a um embate entre “uma força imparável e um objeto imovel”, como analogia à pressão sofrida na autarquia pelo mandatário republicano.