Economia americana

Fed não precisa ter pressa para cortar, diz BlackRock

A estrategista de renda fixa da BlackRock vê a economia americana em um cenário ‘Goldilocks’ – nem muito quente nem muito fria

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BlackRock / Foto: Divulgação

O Federal Reserve (FED) já indicou sua intenção de reduzir os juros em breve, porém, encontra-se em uma posição vantajosa e não tem pressa para agir. A economia dos EUA continua a crescer acima das expectativas, enquanto a inflação permanece acima da meta, embora tenha se estabilizado em torno de 3%.

Por esse motivo, é provável que o Fed seja o último grande Banco Central a iniciar um ciclo de flexibilização monetária. “Eles querem cortar os juros, já disseram que vão cortar, mas não precisam cortar,” disse Benjamin Souza, estrategista de renda fixa para América Latina da BlackRock, informou ao Brazil Journal.

Souza observa que a economia americana está em um cenário “Goldilocks” – nem muito quente, nem muito frio – o que tem animado os investidores, resultando em índices de ações atingindo recordes de alta.

Dois principais riscos para esse cenário positivo são uma possível recessão ou uma inflação que ultrapasse as expectativas. No entanto, até o momento, essas ameaças não se concretizaram, permitindo a continuidade do rali nos mercados.

Para Souza, que é mexicano, os mercados emergentes também devem se beneficiar e atrair mais investimentos em carteira. Aqueles que souberem aproveitar a tendência de nearshoring – a busca dos EUA e outros países ocidentais por parceiros confiáveis fora da China – serão os mais favorecidos.

Fed deve esperar pelo menos até junho para cortar juros

inflação mais alta do que o previsto pelo segundo mês consecutivo tornou improvável um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) antes de junho. Alguns operadores e analistas estão agora apostando que as autoridades do Banco Central dos EUA podem precisar adiar ainda mais qualquer decisão de redução da taxa.

O índice de preços ao consumidor de fevereiro registrou um aumento de 3,2% em comparação ao ano anterior, impulsionado pelos aumentos nos preços da gasolina e moradia, representando uma aceleração em relação ao aumento de 3,1% observado em janeiro.

Surpreendentemente, o núcleo da inflação anual, que exclui os preços da gasolina e alimentos, desacelerou menos do que o previsto pelos economistas. Além disso, em períodos de três e seis meses, o núcleo da inflação na verdade ganhou força.