O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou nesta quinta-feira (11) que o Fed (Federal Reserve) tem margem para reduzir as taxas de juros dos EUA devido ao enfraquecimento do mercado de trabalho do país, mas que o banco central deve seguir com cautela, observando os dados econômicos emergentes.
“Nossa percepção geral é que, dados os riscos de queda para o pleno emprego, há espaço para o Fed começar a reduzir as taxas de juros”, disse a porta-voz do FMI, Julie Kozack, em um briefing regular. Informações da Reuters, via Investing.com.
“Também diríamos que o Fed deve agir com cautela, é claro, de forma dependente dos dados, nos próximos meses.”
Espera-se que o Fed reduza sua taxa de juros de referência em 0,25 ponto percentual em uma reunião de política monetária na próxima semana, no dia 17 de setembro.
Redução de juros nos EUA pode realocar capital e pressionar inflação no Brasil
O enfraquecimento do mercado de trabalho americano, com apenas 22 mil vagas criadas em agosto, combinado com uma inflação de 0,4% no mês, abre caminho para que o Fed (Federal Reserve) inicie cortes de juros já na próxima reunião.
Para o Brasil, isso significa um redirecionamento de capital global para ativos de maior retorno, aumento da atratividade do crédito estruturado e oportunidades para startups, mas também pressões inflacionárias e desafios para o crescimento exportador.
Cenário nos EUA
O CPI (Índice de Preços ao Consumidor) em agosto confirmou que a pressão inflacionária segue controlada, ainda que tenha acelerado em relação ao mês anterior.
“O dado veio em linha com o esperado pelo mercado, mas o que chama atenção é a combinação de inflação estável com um mercado de trabalho enfraquecido. A criação de apenas 22 mil vagas reforça que a economia americana perdeu fôlego, abrindo espaço para o Fed iniciar o ciclo de cortes de juros”, afirma Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX.
O payroll fraco e a inflação moderada criam um dilema para o Fed: cortar juros para sustentar a atividade ou manter cautela diante das pressões de custos.
“O CPI de agosto mostra que a desinflação ainda é instável. O enfraquecimento do emprego abre espaço para flexibilização monetária, criando mais liquidez global”, destaca Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação.