Efeito do 'tarifaço'

FMI corta projeção de crescimento global após tarifas de Trump

O FMI destaca que as tarifas representam um choque negativo de oferta, realocando recursos para a produção de bens não competitivos

FMI (Foto: Reprodução)
FMI (Foto: Reprodução)

O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou para baixo suas projeções de crescimento econômico global em 2025, atribuindo a desaceleração às políticas tarifárias adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

A estimativa para o crescimento mundial foi reduzida de 3,3% para 2,8%, com destaque para os impactos negativos nos EUA, cuja previsão de expansão do PIB caiu de 2,7% para 1,8%. 

O FMI destaca que as tarifas representam um choque negativo de oferta, realocando recursos para a produção de bens não competitivos, resultando em perda de produtividade, menor atividade econômica e maiores custos e preços de produção. 

Além disso, a incerteza em torno da política comercial tem levado empresas a pausar investimentos e cortar compras, afetando negativamente o comércio global. 

O fundo também revisou para baixo sua projeção de crescimento do comércio global em 1,5 ponto percentual para este ano, com uma leve recuperação prevista para 2026. 

O FMI recomenda que os países trabalhem para retomar um sistema de comércio global funcional e previsível, eliminando barreiras e pontos de conflito entre as nações. 

Fonte: FMI

Impacto das Tarifas e Incertezas nas Projeções do FMI

O FMI destaca que os efeitos das tarifas são potencializados pelas complexas cadeias globais de suprimentos.

“A maioria dos bens comercializados são insumos intermediários que atravessam diversos países várias vezes antes de serem transformados em produtos finais. As disrupções setoriais podem se propagar como vimos durante a pandemia”, aponta o fundo

“Antecipando tais disrupções, também revisamos para baixo nossa projeção de crescimento do comércio global em 1,5 ponto percentual neste ano, com uma leve recuperação prevista para 2026”, completa a análise.

Além disso, o relatório enfatiza que a incerteza em torno da política comercial pesa negativamente sobre as projeções.

“Diante da crescente incerteza sobre o acesso aos mercados—tanto os próprios quanto os de seus fornecedores e clientes—, a reação inicial de muitas empresas será pausar, reduzir investimentos e cortar compras. Da mesma forma, as instituições financeiras reavaliarão sua oferta de crédito às empresas até que possam avaliar a exposição destas ao novo ambiente”, afirma.

Como consequência dessa incerteza, o fundo aponta para a queda atual nos preços do petróleo.