O governo chinês considera a venda de operação do aplicativo TikTok nos EUA para o bilionário Elon Musk. A alternativa surge em meio a pressão crescente de Washington para banir a plataforma, caso ela não seja vendida pela ByteDance, sua controladora.
A medida ainda está em estado preliminar, porém, reflete as negociações complexas envolvendo segurança nacional dos EUA e a relação entre as duas maiores economias do mundo, segundo informações do site Bloomberg.
A partir de 19 de janeiro, o aplicativo será banido dos EUA, a menos que seja vendido. Autoridades chinesas estão estudando possibilidades de mitigar os impactos dessa proibição, como foi apurado pelo portal Exame.
Cliente notável
O governo americano alega que o TikTok representa um risco à segurança nacional devido as suas conexões com a China. A legislação aprovada exige a venda ou encerre as operações da plataforma em território estadunidense.
Musk poderia adquirir as operações do aplicativo por meio de sua rede social X, que já possui forte atuação no mercado de redes sociais. A X ganharia com os mais de 170 milhões de usuários, ampliando sua base de dados e fortalecendo sua posição no mercado publicitário.
Além disso, a integração do TikTok poderia beneficiar a xAI, empresa de inteligência artificial de Musk, ao alavancar os dados gerados pela plataforma.
A aquisição, avaliada entre US$ 40 bilhões (R$ 243,6 bilhões) e US$ 50 bilhões (R$ 304,5 bilhões), representa um desafio financeiro, mesmo para o homem mais rico do mundo. Musk ainda está pagando empréstimos relacionados à compra da X por US$ 44 bilhões (R$ 267,9 bilhões) em 2022, e a transação exigiria venda de ativos ou novas parcerias de investimento.
EUA: Suprema Corte deve manter banimento do TikTok no país
A Suprema Corte dos EUA anunciou, nesta sexta-feira (10), que está inclinada a manter uma lei que proíbe o TikTok em território norte-americano a partir de 19 de janeiro, a menos que a empresa seja vendida por sua controladora chinesa.
Ao ouvir argumentos em um caso que envolve a liberdade de expressão e questões de segurança nacional, os juízes demonstraram inclinação a favor do argumento de que as conexões da companhia com a China representam uma ameaça à segurança nacional, superando as preocupações sobre restrições à liberdade de expressão do TikTok e de seus 170 milhões de usuários nos EUA.
No início das discussões, que duraram mais de duas horas e meia, o presidente do tribunal, John Roberts, destacou que a “principal preocupação” no caso é a propriedade do TikTok pela ByteDance, uma empresa com sede na China, que pode ser obrigada a cooperar com as operações de inteligência do governo chinês.