A primeira vice-diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Gita Gopinath, declarou recentemente que o choque de uma guerra comercial representa desafios distintos — e potencialmente mais graves — para os Bancos Centrais de mercados emergentes, em comparação com os observados durante a pandemia da Covid-19, quando foi possível afrouxar rapidamente a política monetária.
Em entrevista ao jornal Financial Times, Gopinath afirmou que o impacto imprevisível das tarifas sobre as economias emergentes e os mercados globais pode dificultar ainda mais a atuação de seus bancos centrais.
“Desta vez, o desafio será maior para eles, em comparação com a pandemia”, disse ela, segundo o UOL.
FMI reconhece esforço fiscal do Brasil e recomenda mais ambição
Equipe do FMI (Fundo Monetário Internacional) visitou o país para a elaboração do Artigo IV de 2025 do Brasil, e comunicou que a eliminação gradual de gastos tributários dispendiosos e ineficientes, o aprimoramento da administração da receita e o enfrentamento da rigidez orçamentária abririam espaço para investimentos prioritários, apoiariam a sustentabilidade da dívida pública e facilitariam um caminho de juros mais baixos no Brasil.
Daniel Leigh, líder da equipe que conduziu as discussões para a Consulta do Artigo IV, diz que a equipe do FMI recomenda um esforço fiscal “sustentado e mais ambicioso, apoiado por um arcabouço fiscal aprimorado, mobilização de receita e medidas de gastos”.
A implementação da “histórica reforma do IVA”, continua Leigh, deve simplificar significativamente o sistema tributário e impulsionar a produtividade. “Os esforços visam corretamente garantir a neutralidade da receita”, afirma.
O líder diz ainda que o setor financeiro brasileiro passou por uma resiliência em 2024 e deve permanecer assim mesmo em meio a taxas de juros mais altas.
“As autoridades estão implementando mudanças regulatórias com o objetivo de fortalecer ainda mais a resiliência do setor financeiro. Reformas para facilitar uma redução na alavancagem das famílias são necessárias. Atualmente, os bancos públicos bem capitalizados, lucrativos e líquidos, e têm pago dividendos ao governo. O empréstimo por bancos públicos deve continuar a focar em abordar falhas de mercado, como apoiar investimentos de longo prazo”, afirma.