Livre comércio

Haddad: acordo Mercosul-UE deve sair até o fim do ano

Ministro da Fazenda ressaltou que o cenário de tensão internacional reforça a importância do acordo

Fernando Haddad (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Fernando Haddad (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (3) que “está muito confiante” de que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia será assinado até o fim do ano. De acordo com o líder da pasta econômica, a conjuntura internacional favorece o entendimento.

“A União Europeia tem todas as razões do mundo para fechar com o Mercosul e o Mercosul com a União Europeia. Seria uma boa notícia para o mundo que a América do Sul, em especial o Mercosul, e a União Europeia se unissem em torno de um projeto de desenvolvimento comum”, disse.

O ministro da Fazenda ainda ressaltou que o cenário de tensão internacional reforça a importância do acordo entre os blocos. “Para distensionar essa tensão, em parte artificial, que está sendo criada com o Oriente, de uma maneira geral, seria uma boa notícia para o mundo que a América do Sul, em especial o Mercosul, e a União Europeia se unissem em torno de um projeto de desenvolvimento comum. Eu vejo com muito bons olhos e acredito que a Europa vai caminhar nessa direção”, afirmou.

A Comissão Europeia apresentou formalmente nesta quarta-feira (3) o texto do tratado para ser aprovado pelo Parlamento Europeu, última etapa antes de o acordo passar a vigorar. Após cerca de 25 anos do início das negociações, os dois blocos chegaram a um acordo que pode ser o maior tratado comercial da história da União Europeia.

Todavia, para que o acordo passe a valer, o acordo precisa ser aprovado por maioria qualificada, 15 dos 27 países integrantes do bloco no Parlamento Europeu – que está dividido entre boas expectativas para o acordo ou acabar prejudicando as produções locais.

É o caso da França, por exemplo, que se mostra como o maior opositor ao acordo e diz ser “inaceitável” pois prejudicará especialmente as cadeias de produção bovinas. O país é o maior produtor de carne do bloco europeu.

Já a Alemanha, por exemplo, vê o tratado como uma forma de escoar as produção ao Brasil que estão sendo afetadas pelas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.