A diretora do FED (Federal Reserve), Lisa Cook, confirmou que não vai renunciar ao cargo mesmo após a demissão anunciada por Donald Trump. Por meio de seu advogado, Abbe David Lowell, Cook declarou que a medida não possui base legal.
“Não vou renunciar. Continuarei a desempenhar minhas funções para apoiar a economia americana, como faço desde 2022”, afirmou Cook, reforçando compromisso com estabilidade e transparência.
Além disso, Lowell destacou que as exigências de Trump exigem processo adequado, fundamento legal e autoridade formal. “Tomaremos todas as medidas necessárias para impedir essa ação ilegal”, disse, sinalizando resistência judicial imediata.
Independência do Fed segue em foco
A decisão de Trump reacende o debate sobre a independência do Federal Reserve, frequentemente criticada por ele. O ex-presidente já ameaçou remover Jerome Powell por não cortar as taxas de juros rapidamente.
No simpósio anual do Fed em Jackson Hole, Powell afirmou que cortes nas taxas podem ocorrer, mas somente com cautela. Assim, o banco central mantém decisões técnicas e protege a economia de pressões políticas externas.
Dessa forma, a postura firme de Cook demonstra que o Fed continuará a agir de forma autônoma, protegendo investidores e a economia global, além de reforçar confiança nos mercados.
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Motivo da demissão de Lisa Cook
Trump anunciou a demissão de Cook em carta publicada na rede social Truth Social, alegando suposta fraude hipotecária. Bill Pulte, diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação, acusou Cook de declarar dois imóveis como residência principal simultaneamente.
Além disso, o Departamento de Justiça abriu investigação liderada pelo procurador de indultos, Ed Martin, segundo informações do Politico. Cook, nomeada por Joe Biden em 2022, mantém defesa ativa e compromisso com o cargo.
Disputa judicial pode alcançar Suprema Corte
Caso a Justiça permita que Cook permaneça no cargo durante o processo, o caso pode chegar à Suprema Corte, segundo o New York Times. Se a demissão for validada, Trump poderá indicar um novo membro para o conselho do Fed, com mandato de até 14 anos.
Atualmente, o conselho conta com dois indicados de Trump — Christopher Waller e Michelle Bowman — e uma vaga aberta após a saída de Adriana Kugler. Trump já indicou Stephen Miran para ocupar o posto, mantendo influência sobre decisões estratégicas.
Portanto, Lisa Cook se coloca no centro de um embate histórico, que pode redefinir limites entre política e decisões do Federal Reserve, reforçando a relevância da independência do banco central.
