O Livro Bege, divulgado nesta quarta-feira (17), apontou que a economia norte-americana caminhou em direção ao equilíbrio entre inflação e mercado de trabalho.
O economista-chefe da Monte Bravo Corretora, Luciano Costa, sinalizou que o Livro Bege trouxe “uma análise bem ‘dovish’ da economia”.
“No geral, nas três sessões principais, na análise de atividade, do mercado de trabalho e de preços, a caracterização foi de uma economia crescendo num ritmo modesto, com um salário subindo num ritmo moderado, sem grandes pressões de custos também”, disse ele.
O documento descreve a situação econômica dos EUA por meio de entrevistas conduzidas por cada um dos 12 distritos do Fed (Federal Reserve).
Nele são tratadas três categorias gerais: atividade econômica geral, empregos e salários, e preços.
Os dados do relatório apontaram que a economia manteve um ritmo moderado de expansão na maior parte dos distritos. Contudo, houve relatos de enfraquecimento do emprego no setor industrial e melhora na oferta de mão de obra.
No entendimento de Costa, o documento de fato trouxe sinais de equilíbrio, especialmente “na demanda para o trabalho”.
Além disso, ele acrescentou que, em relação à inflação, com a ausência de grandes pressões de preços nas cadeias, o relatório é favorável.
“Com a inflação ‘domada’, ou a caminho de sê-lo, o Fed deverá iniciar os cortes de juros a partir de setembro”, acrescentou Ricardo Rodil, economista e líder do Mercado de Capitais da Crowe Macro Brasil.
Especialista aponta que Livro Bege teve ‘pouco impacto sobre índices de NY’
Na perspectiva de Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, o “Livro Bege teve pouco impacto sobre os índices de NY, que seguiram pressionados pela derrocada das techs, diante das sinalizações dos candidatos à presidência do país de que pretendem pressionar China e Taiwan”.
Nishimura também declarou que as movimentações dos candidatos à presidência, Donald Trump e Joe Biden (então presidente), afetariam especialmente as empresas de semicondutores e correlacionadas.
“O relatório divulgado hoje não trouxe muita novidade ao apontar que o emprego aumentou levemente até meados de julho”, acrescentou o economista ao BP Money.
Os EUA já vêm realizando uma série de sanções à economia chinesa, impedindo que o governo e algumas empresas asiáticas comercializem com companhias norte-americanas.
Com o período eleitoral, os ânimos se afloraram, com os candidatos à presidência fazendo uma série de declarações reforçando o comportamento mais “agressivo” em relação à economia da China e Taiwan.
O candidato à presidência Donald Trump chegou a dizer que Taiwan deveria pagar pela defesa, fazendo ações de fabricantes de chips recuarem drasticamente nas bolsas globais.