Ucrânia

Macron convoca cúpula de crise em meio a receios com plano de Trump

“O presidente Trump tem um método de operação que os russos chamam de razvedka boyem – reconhecimento por meio do combate", disse ministro da Polônia

Foto: CanvaPro
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O presidente da França, Emmanuel Macron, convocou uma reunião emergencial com líderes europeus diante das recentes preocupações com as tentativas de Donald Trump, presidente dos EUA, de tomar o controle do processo de paz na Ucrânia. As informações foram divulgadas por autoridades europeias neste sábado (15).

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, falou na Conferência de Segurança de Munique e afirmou estar “muito feliz que o presidente Macron tenha chamado nossos líderes a Paris” para discutir “de maneira muito séria” os desafios impostos por Trump, como apurou o Valor.

“O presidente Trump tem um método de operação que os russos chamam de razvedka boyem – reconhecimento por meio do combate: você avança, vê o que acontece e então ajusta sua posição. Precisamos responder a isso”, acrescentou o ministro polonês.

A reunião, que possivelmente ocorrerá na segunda-feira (17), deve abordar os esforços dos EUA para excluir os europeus das negociações de paz, a posição da Europa em relação à futura adesão da Ucrânia à Otan e as estratégias para garantir a segurança ucraniana.

UE tem que estar pronta para reagir a tarifas de Trump, diz Macron

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a UE (União Europeia) “precisa estar pronta para agir em função de seus próprios interesses” se houver imposição de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, ao bloco. As declarações foram feitas em entrevista à “CNN”.

Sobre possíveis retaliações às tarifas, Macron respondeu: “já enfrentamos isso antes e estamos preparados para reagir novamente”. O presidente da França disse, ainda, que tem “uma boa relação e um diálogo franco” com os EUA, porém, questionou a política de Trump.

“A UE é o principal problema dos EUA? Eu não acho. Seu primeiro desafio é a China, e é nisso que deveriam focar. Se os EUA querem aumentar investimentos em segurança e defesa, não deveriam prejudicar as economias europeias ameaçando a integração entre os dois blocos. Isso só aumentaria custos e criaria inflação nos EUA. É isso que o povo americano quer? Não tenho certeza”, disse Macron.