Polêmica à vista

Microsoft (MSFT34) demite funcionária após protesto político

Microsoft (MSFT34) demite funcionária após críticas públicas à parceria com o Exército de Israel durante evento.

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Microsoft / Foto: Divulgação

Microsoft (MSFT34) demite engenheira que protestou contra parceria com o Exército de Israel: a empresa dispensou Ibtihal Aboussad após ela se manifestar publicamente contra o acordo.

O protesto aconteceu durante o evento de 50 anos da big tech, realizado na sexta-feira (4), em Redmond, Washington (EUA).

Enquanto Mustafa Suleyman, chefe de inteligência artificial (IA) da Microsoft, discursava no palco, Aboussad o interrompeu com duras críticas à atuação da empresa.

 “Você tem sangue nas mãos”, disse a engenheira, acusando a Microsoft de contribuir para a morte de civis ao vender tecnologias de IA ao Exército israelense.

Protesto termina com engenheira escoltada e Microsoft demite funcionária

Aboussad também citou a origem síria de Suleyman ao jogar um keffiyeh no palco — símbolo de apoio ao povo palestino. 

Em sua fala, ela alegou que 55 mil pessoas morreram em conflitos recentes na região e responsabilizou a Microsoft por “alimentar esse genocídio”.

Seguranças retiraram a engenheira do local e, segundo o grupo No Azure for Apartheid, a empresa informou sua demissão na segunda-feira (7).

A empresa alegou má conduta e disse que a funcionária agiu para “ganhar notoriedade” e causar interrupção.

Microsoft justifica por que demitiu funcionária após protesto

Em nota, a Microsoft afirmou que permite diversas formas de manifestação, mas reforçou que isso deve ocorrer sem comprometer suas operações. 

A empresa destacou seu compromisso com “os mais altos padrões comerciais”.

Porém, declarou que a engenheira fez “acusações hostis e inapropriadas” contra Suleyman e que sua conduta foi “agressiva e perturbadora”.

Outra funcionária é desligada e Microsoft demite funcionária de forma imediata

Além de Aboussad, outra funcionária, Vaniya Agrawal, também foi desligada da empresa.

Ela interrompeu outro momento do evento, durante um painel com o CEO Satya Nadella, o cofundador Bill Gates e o ex-CEO Steve Ballmer.

A empresa demitiu Agrawal de forma imediata após o ato, mesmo com a saída já prevista para 11 de abril.

Parceria com Israel levanta polêmica e reacende debate interno

Investigações revelaram que tecnologias de IA desenvolvidas pela Microsoft e pela OpenAI estariam sendo utilizadas em operações militares israelenses, principalmente em Gaza e no Líbano. 

Essa descoberta, por sua vez, intensificou os protestos de funcionários da empresa.

Anteriormente, em fevereiro, outros colaboradores já haviam interrompido uma reunião com Satya Nadella para questionar contratos com o governo israelense.