‘Risco da dívida é maior’

Moody’s: decisão sobre EUA é o de menos, diz Ray Dalio

Para o executivo, a ameaça mais séria está fora do radar das agências

Fonte: Pexels
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O investidor bilionário Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, o maior hedge fund do mundo, afirmou que o recente rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s representa apenas uma parte dos riscos enfrentados pelos detentores de títulos públicos.

Para o executivo, a ameaça mais séria está fora do radar das agências: a possibilidade de o governo norte-americano imprimir dinheiro para honrar suas dívidas.

“Ao falar do rebaixamento da dívida dos EUA, é importante saber que as agências de rating subestimam os riscos de crédito porque avaliam apenas a chance de o governo não pagar o que deve”, escreveu Dalio em uma publicação na rede social X, segundo o InfoMoney. “Para quem se importa com o valor do seu dinheiro, os riscos da dívida americana são maiores do que o que as agências transmitem.”

Na semana passada, a Moody’s rebaixou a nota dos EUA de AAA para Aa1, citando o avanço do desequilíbrio fiscal e a escalada da dívida nacional. Foi a última das três grandes agências de classificação de risco a retirar a nota máxima dos títulos soberanos americanos.

Apesar disso, Dalio destaca que o risco de inadimplência é hoje improvável — e menos relevante do que o impacto que a expansão da base monetária pode ter sobre o valor real dos rendimentos. “Eles não consideram o risco maior, que é o de os países endividados imprimirem dinheiro para pagar suas dívidas, fazendo com que os detentores dos títulos sofram perdas devido à desvalorização do dinheiro que estão recebendo”, pontuou.

Geralmente, a emissão de dólares para cobrir déficits eleva a oferta de moeda e pressiona a inflação, reduzindo o poder de compra dos rendimentos obtidos com os títulos.

Moody’s: implicações do Orçamento no Congresso dos EUA

A avaliação de Dalio vem em meio ao debate sobre o novo orçamento no Congresso dos EUA. Segundo a Moody’s, as propostas recentes não devem resultar em cortes significativos nas despesas obrigatórias nem alterar a trajetória dos déficits, o que compromete a promessa de sustentabilidade fiscal de longo prazo.