A taxa de desemprego média dos países que fazem parte da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) ficou inalterada em maio ante abril, aos 4,9%. Esse é o terceiro mês consecutivo e próximo da mínima recorde de 4,8% em meados de 2023.
O índice está se mantendo em ou abaixo de 5% desde abril de 2022. O relatório da Organização foi divulgado nesta quarta-feira (9). Informações via Uol.
O Brasil ainda não faz parte do grupo, mas recebeu convite para iniciar o processo de adesão em 2022 e participa de reuniões do grupo desde 1996. Atualmente o país já participa de 25 comitês, grupos de trabalho, fóruns e programas da OCDE.
A taxa de emprego calculada pela entidade subiu para 72,1% no primeiro trimestre de 2025, enquanto a participação na força de trabalho atingiu a média de 76,6% no mesmo período, em níveis recordes.
Apesar disso, a OCDE diz que há sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho. “Há sinais de enfraquecimento dos mercados de trabalho, com o crescimento do emprego desacelerando e a rigidez do mercado de trabalho em muitos países e setores voltando aos níveis pré-covid-19, embora as ‘escassezes’ de mão de obra permaneçam”, pondera.
Como fatores relevantes a serem monitorados estão as incertezas políticas e o aumento de tarifas, que podem diminuir a atividade econômica e levar à uma desaceleração adicional nos mercados de trabalho.
A organização declarou que os salários reais estão crescendo em praticamente todos os países da OCDE, mas ainda há espaço para recuperação em muitos deles. “No futuro próximo, no entanto, a recuperação salarial pode ser ameaçada pelo possível retorno da alta inflação e pela desaceleração do mercado de trabalho”, alerta.
Escassez de trabalhadores
Segundo o relatório Perspectivas de Emprego da OCDE, a escassez de trabalhadores, devido ao envelhecimento da população, ameaça o crescimento econômico dos países.
“Exatamente como esse novo tipo de economia global se desenrolará não está claro. É um momento desconcertante com indicadores aparentemente contraditórios. À medida que o número de pessoas em idade ativa estagna na OCDE, empregos estão ficando vagos mesmo enquanto pessoas perdem trabalho e os salários mal acompanham a inflação” explica o relatório, disse a CNN Brasil.
Na zona do Euro, por exemplo, uma em cada seis empresas na indústria e uma em cada quatro empresas nos serviços citaram a falta de mão de obra como um dos fatores que limitam a produção.
Os números ainda estão abaixo dos picos pós-pandemia de covid-19, quando cerca de uma em cada quatro na indústria e uma em cada três nos serviços se queixavam do problema.
“A persistência de escassez de mão de obra apesar da desaceleração do crescimento pode ser uma prévia desorientadora dos tempos que virão”, avalia a OCDE. Para a organização, junto aos tópicos de mudança climática e revolução digital, o envelhecimento das economias da OCDE é a terceira, “e o que podemos chamar de ‘esquecida’, megatendência que requer a total atenção dos formuladores de políticas”, ressalta.