Ameaça imediata

OMC diz que comércio entre China e EUA pode cair até 80%

“Uma divisão da economia global em dois blocos poderia levar a uma redução de longo prazo do PIB real global", diz representante

Presidente dos EUA, Donald Trump e presidente da China, Xi Jinping, em Osaka em 2019 / Foto: Casa Branca
Presidente dos EUA, Donald Trump e presidente da China, Xi Jinping, em Osaka em 2019 / Foto: Casa Branca

A diretora-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Ngozi Okonjo-Iweala, alertou nesta quarta-feira (9) que a escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China representa “um risco significativo de uma forte contração do comércio bilateral”.

Segundo Okonjo-Iweala, projeções preliminares sugerem que o comércio de mercadorias entre as duas maiores economias do mundo pode ser reduzido em até 80%.

De acordo com a representante da organização, os efeitos macroeconômicos negativos não se limitarão aos dois países, mas se estenderão a outras economias, sobretudo às nações menos desenvolvidas.

“Uma divisão da economia global em dois blocos poderia levar a uma redução de longo prazo do PIB real global em quase 7%”, afirmou, conforme publicado pelo InfoMoney.

“O desvio de comércio continua sendo uma ameaça imediata e urgente, que exige uma resposta global coordenada”, acrescentou.

Lula: se apelo a OMC não funcionar, vamos sobretaxar os EUA

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira (27) que irá recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) para barrar as tarifas impostas pelo presidente dos EUA. A declaração foi feita no encerramento da viagem do mandatário ao Japão.

Lula foi questionado sobre medidas frente às tarifas após um novo anúncio de Trump sobre taxar em 25% todos os automóveis fabricados fora dos EUA. O Brasil já possui taxações impostas pelo republicano sobre aço e alumínio desde o dia 12 de março.

“Nós temos duas decisões a tomar: uma é recorrer à Organização Mundial do Comércio, que nós vamos recorrer. E a outra é a gente sobretaxar os produtos americanos que nós importamos”, comentou o presidente que destacou a medida como lei da reciprocidade. “Não dá pra gente ficar quieto, achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar os outros produtos.”, reforçou.

A apelação pode ter dois resultados, ou as medidas seriam revistas com a suspensão do embargo ou o país vítima das sanções têm autorização para retaliar em nome de sua soberania econômica. A prioridade do governo é manter negociações no cenário político, segundo informações do portal InfoMoney.