Relatório de Trabalho

Payroll: EUA criam 139 mil vagas em maio, acima das expectativas

Resultado supera projeções, e taxa de desemprego fica estável

Taxa de desemprego ficou em 4,2% (Reprodução: Pixabay)
Taxa de desemprego ficou em 4,2% (Reprodução: Pixabay)

A economia dos EUA registrou a criação de 139 mil vagas de emprego em maio, excluindo o setor agrícola, conforme dados do payroll (relatório de empregos norte-americano) divulgados nesta sexta-feira (6), pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado superou as expectativas do mercado, sinalizando uma leve recuperação no ritmo de contratações.

Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 130 mil empregos em maio, com estimativas variando entre 75 mil e 190 mil. Grande parte do crescimento do emprego este ano reflete o acúmulo de trabalhadores pelas empresas.

A taxa de desemprego nos EUA se manteve em 4,2% em maio, indicando estabilidade no mercado de trabalho.

Como funciona o Payroll

A economia precisa gerar cerca de 100 mil empregos a cada mês para acompanhar o crescimento da população com idade ativa. Mas esse número pode diminuir, já que  o presidente Donald Trump revogou o status legal de centenas de imigrantes em meio a uma repressão á imigração.

Neste ano, grande parte do crescimento do emprego reflete no acúmulo de trabalhadores por parte das empresas, em meio às reviravoltas de Trump em relação às tarifas.

Outra fonte de incerteza para as empresas é a resistência de parte dos republicanos mais conservadores ao projeto de lei proposto por Donald Trump, que prevê cortes de impostos e gastos.

Os mercados financeiros esperam que o Fed deixe sua taxa de juros de referência sem alterações na faixa de 4,25% a 4,50%.

Leitura do payroll

A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, avalia que os dados confirmam a tendência de desaceleração do mercado de trabalho nos Estados Unidos, embora o número de vagas tenha surpreendido positivamente.

“Embora acima da expectativa com 139 mil vagas no mês, a revisão negativa de 95 mil para os dois meses anteriores indicam que o mercado de trabalho segue desacelerando”.

Ela destaca ainda que a taxa de desemprego permaneceu estável em 4,2%, enquanto a variação do salário médio subiu 0,4% no mês, “patamares bastante saudáveis”, segundo a economista.

Para Vitoria, os setores de serviços, especialmente saúde e educação, foram os principais responsáveis pela geração de empregos, enquanto setores mais cíclicos, como a indústria, já sentem os impactos das novas tarifas.