
O presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, disse nesta quarta-feira (29) que ainda não há definição sobre um possível corte de juros na reunião de dezembro, mesmo com o mercado projetando uma redução adicional de 0,25 ponto percentual.
As declarações foram feitas após o banco central americano anunciar mais uma queda na taxa de referência, que agora varia entre 3,75% e 4% ao ano.
Segundo Powell, o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) apresenta visões divergentes entre seus 19 integrantes, o que torna prematuro qualquer previsão sobre a próxima reunião.
“Novo corte de juros em dezembro está longe de ser garantido”, afirmou. Ele explicou que a decisão desta quarta-feira seguiu uma lógica de gerenciamento de risco, ponderando os riscos de alta da inflação e de queda no emprego.
A votação desta rodada também refletiu essas divergências: Stephen Miran defendeu uma redução maior, de 0,50 ponto percentual, enquanto Jeffrey Schmid, do Fed de Kansas City, optou por manter a taxa inalterada.
Fed adota postura neutra diante de riscos conflitantes, diz Powell
Powell destacou que, diante de objetivos conflitantes, o Comitê tende a adotar decisões neutras até que os dados econômicos se clarifiquem.
“Se os dois objetivos estão igualmente em risco, você tende a ficar neutro, porque um exigiria subir juros e o outro reduzir”, disse.
O presidente do Fed comentou ainda sobre a inflação, afirmando que, ao excluir o impacto das tarifas comerciais, os preços estão convergindo para a meta de 2% ao ano.
“O CPI veio um pouco mais fraco do que o esperado. Os preços de bens estão subindo, mas a inflação de serviços ligada ao setor imobiliário tem caído e deve continuar assim”, observou.
Powell reforçou que a política monetária permanece moderadamente restritiva e que, no cenário-base, o efeito das tarifas deve ser temporário.